Noctonautas – a cosmogonia segundo Zizito

Disponibilidade: Brasil

participante que é
do mundo
zizito conhece bem os olhos desmesurados da quinzinha
embora seja completamente desconhecido por eles
os olhos da quinzinha às vezes parecem
uma sopa de leite com dois animais redondos
mexendo e boiando na superfície
parecem dois animais

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_sobre este livro

noctonautas: a cosmogonia segundo zizito é um longo poema em prosa, com marcações em versos e estrofes, algumas rimas quase incidentais e extensos períodos cujos meandros sintáticos são suavizados pelas quebras do verso — o que também funciona como pontuação e respiro rítmico.

O texto se abre como o universo inaugurou-se, com uma explosão, “a antemãe de todas as explosões”, inimaginavelmente explosiva, “de arrepiar partícula subatômica”, e com a solidão muda que a acompanha: “ninguém morreu/devido à ausência de candidatos aptos”; “escatafataplum mas ninguém ouviu”, pois não havia ar para propagar o som, “apenas onomatopeia de explosão e princípio”. De saída, a sensação de miudeza perante tanta grandeza. Uma miudeza tão ínfima, que a introdução “do microscópico ser/de nome zizito”, oriundo “das profundas entranhas do nada”, parece pouco afetar a insignificância do universo como resto, como entulho de explosão: “tudo é pedaço/tudo é estilhaço/tudo é irmão//tudo é vestígio/tudo navega em vão”.

Quem é zizito? O que é zizito? É real ou imaginário? Seria um ser? “ou simplesmente um jorrinho de luz vagalúmica”? zizito é o nosso guia através de uma cosmogonia poética, fabulada, lúdica, quase infantojuvenil, que retrai as imensas distâncias.

zizito é veículo de desvendamento de um dos mistérios que mais inquietam e fascinam a indagação humana: a origem de tudo, a origem do universo. Mistério em que se funda parte da atividade científica. Mas a ciência é apenas um dentre tantos mecanismos produtores de cosmogonias. Outros são mais diretamente associados à produção literária, como demonstra a riqueza das narrativas cosmogônicas produzidas por povos originários de diversas regiões do planeta, por diferentes correntes religiosas, ou pelas fabulações de intenção mais propriamente literária.

noctonautas é poesia, não equação. Contudo, procura transmitir a intensa carga poética que pulsa sob a fria aparência da linguagem e do método científicos. Quão fascinante e inquietante é sentar-se à noite na areia da praia e, ao observar o céu, conectar-se com a dinâmica das coisas celestes, sabendo de antemão o que a ciência explica? Que a estrela cadente é meteoro em chamas. Que a luz das estrelas vem de um passado que muitas vezes precede a própria existência humana. E o que fascina e inquieta é sempre matéria e energia latentes para a produção poética. O racional e o intuitivo, contrariamente a uma concepção comum, não se dissociam, mas, antes, se alimentam, enriquecendo-se mutuamente.

Fernanda de Campos

_outras informações

isbn: 978-65-5900-587-1
idioma: português
encadernação: brochura
formato: 14x19,5 cm
páginas: 100 páginas
papel polén 90g
ano de edição: 2023
edição: 1ª

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