Desde o primeiro momento em que lemos qualquer obra de Gabriel Yared, podemos perceber uma forte identidade e clareza no que está posto. Há um universo recheado de ideias, fusões, idealismo e utopia que partem dessa supermente.
Gabriel, além de um exímio escritor, é também um autor que escreve com verdade, sem medo e sem pré-julgamentos. Microtremores, além de ser instigante, curioso, reflexivo e até mesmo divertido, nos transporta a um universo que é único, que tem identidade, originalidade e territorialidade.
Tem-se a revolta, o ódio, o medo, a tristeza, o desejo, o egoísmo, a excitação e a surpresa ao se ler cada desfecho dos contos. Há algumas histórias “leves”, para “descontrair”, mas que não são nada convencionais. Há também os contos mais densos, que nos deixam com frio na barriga e ansiosos para entender o que realmente aconteceu.
Microtremores fala de exploração e abusos, mas de forma suave, sem tom militante, com pontos bem alinhavados e que nos fazem refletir. Gabriel Yared foge do óbvio, ou até mesmo do que seria apenas um simples microtremor genérico que no dia seguinte esqueceríamos.
É um livro para termos na estante e presentear os amigos, familiares e leitores de histórias originais de terror/suspense. É um neo-noir. São essas características, junto da convincente personalidade de cada personagem, que nos levam para uma viagem entremomentos.
Trata-se de um livro decidido e que entrega tremores das mais diversas formas por todo o nosso corpo.
Natanael dObaluae