Homem
Eu falei que ia dar merda. Falei. Isso é pra ver se assim vocês aprendem! Vocês não sabem de nada, caralho! Vocês não são nada! Eu sei o que é o melhor para vocês, merda! Eu sei! Eu sei! Agora levantem, me desamarrem e sigam quietos por onde eu mandar. (Retorna ao trenó.)
R$45,00
_sobre este livro
Com um pé nos debates mais difíceis da nossa década e outro nas questões que moveram o século XX, Carro alegórico, mais do que à reflexão, é uma obra que nos convida à ação. O consenso ruim, o desnudamento de nossos desejos e problemas mais profundos e inconfessáveis, o estado de aprisionamento e guerra permanente, essa é a carne dessa, como diz o título, alegoria. Os personagens da trama estão nus, acorrentados e, como num carro de arruar, levam seu algoz pelas ruínas de um mundo. Precisam atravessar também a própria miséria, medo e sonhos para darem bom uso a suas correntes. O carro alegórico é um trenó e nele estão uma velha doente chamada Terra e uma criança sem pais chamada História — tão reféns do Homem, como qualquer um de nós. Acompanhamos as tentativas de motim atordoados por uma mistura de névoa, cinzas e neve que nos levam a puxar também esse trenó. E como nessa vida aqui, a que nos circunda e entorpece, não há mapa, não há saída, não há mundo outro para ir. É preciso, como tanto já ouvimos, construir um mundo aqui, a partir das ruínas desse mundo. Carro alegórico nos entrega um dilema antes de tudo físico, nos movimentos de seus personagens e na coreografia que é possível armar para derrubar os tantos algozes que temos e que tantas vezes somos.
Esse é o primeiro livro de Beatriz Malcher, dramaturga e pesquisadora, que também escreveu Onde está Liz dos Santos?, que estreou em novembro de 2021 no Teatro Firjan SESI Centro (RJ), sob a direção de Tatiana Tiburcio.
Heyk Pimenta
_outras informações
isbn: 978-65-87938-60-8 idioma: português
encadernação: brochura
formato: 11,5x18 cm
páginas: 68 páginas
papel polén gold 90g
ano de edição: 2021
edição: 1ª