Só as hienas matam sorrindo

Disponibilidade: Brasil

vou deixar minha coroa na mão? vou nada. minha coroa em primeiro lugar. vou dar um trampo na rua de baixo da firma, tem uns bar de playboy que sai da facu e fica lá entornando o caneco. já tô com a mercadoria aqui. só caio fora quando vender tudo. você vai colar comigo nessa operação? meio a meio, parça, nóis tira o gasto e divide os lucro, mas sem essa de encharcar, nóis vai pro trampo, tô falando porque outro dia levei um maluquinho aí, e o doido entrou numas de azarar as minas, tem cara que não se liga, acha que uma patricinha daquelas vai dar trela de verdade pra um zé roela que nem nóis, essas mina não casa, faz negócio…

R$48,00

_sobre este livro

Esse cara, o Aramyz, tem o mesmo nome do mosqueteiro que queria ser padre, aquele lá do Alexandre Dumas, só que esse aqui tem um Y no lugar do I e um Z no lugar do S, e deve ter também uns parafuso trocado, sabe como é? Esse aqui não leva o menor jeito pra padre, não. Ele toca o terror na moral e não parece ter vindo ao mundo pra conceder perdão pra nenhum vacilão. O cara tem muito sangue no zóio. Ele escreve uns baguio irado que faz a gente miolar nos tormento que os personagens dele tão passando. E eu fiquei achando depois que eu li o livro, que bem que a literatura brasileira tá precisando de um maluco que escreve assim uns papo reto, falando tudo na bucha, chutando o balde e o rabo do diabo se ele se meter a besta de cruzar o caminho. Saquei também uns ecos de André Sant´anna, uma ginga de Roberto Drummond misturado com Douglas Diegues e umas colherada de Nelson Rodrigues. Mas é tudo na originalidade da escrita, que não poupa ninguém da metralhadora giratória que nunca escorrega da mão dele e vai só deitando tudo quanto é maluco que ele resolve espinafrar, e aí sobra pra juíza, pra meganha, pra repositor de supermercado, pra motora de busão. O maluco não perdoa nem porta eletrônica de agência bancária. Sobra raiva pro presidente e até pra Rainha, se aqui fosse a Inglaterra e tivesse uma desfilando safada tirando chinfra numa limusine. Sobra até pra Deus, cumpadi. E são uns texto oral pra cacete, uns diálogo febril prontos prum ator fodão sair falando, deixando a plateia colada nos assento suando frio. E é tudo sarjetão, mesmo que aqui e ali ele jogue um verniz em algum personagem que escuta Mahler, mas no geral mesmo é só porrada neste livro cheio de raiva genuína e desconforto. Cuida só, o Aramyz, que num é o mosqueteiro do Dumas, joga a merda toda no ventilador como se tivesse escrevendo um roteiro sinistro de um reality do inferno. Então eu vou bater a real pra vocês, oká? Isso aqui é escrita pesadelo pra quem tiver disposto a aguentar o tranco. Se tu jogar nesse time, cola na banca que o mano vai te entregar o produto que cê tava esperando. Caso contrário, é melhor ficar longe. O Aramyz não vai te deixar feliz.

Mário Bortolotto 

 

_outras informações

isbn: 978-65-87938-52-3
idioma: português
encadernação: brochura
formato: 11x18,5 cm
páginas: 144 páginas
papel polen gold 90g
ano de edição: 2021
edição: 1ª

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