Amarelo desordem

Disponibilidade: Brasil

É hora de regressar
ao templo,
à pornificação de si,
à instância do sagrado.

R$45,00

_sobre este livro

O cinema de Hugo Katsuo começa aqui, com palavras, pactos, acordos. O nosso cinema começa com essa alvura que reflete radicalmente a nossa posição em relação aos quadros, às câmeras, aos olhares. E sabemos que os olhares nos fitam. Daqui tentamos desenhar o mapa do lugar. Fora da linguagem, o cinema de Katsuo nos obriga a lê-lo novamente, “com menos altivez/e mais atento”, nos lembrando dos versos mestres de Hilda Hilst que guiam, também, este Amarelo desordem.

Este cinema nos lembra da violência do gaze, que evidencia que “o erótico em disputa” ainda é um “território a ser colonizado”, uma diferença a ser consumida. Por isso amarelo, por isso desordem. Adentrar este espaço, habitar a contradição e afirmar pactos de silêncio e de recusa. Tudo aqui se dá na dimensão limítrofe da linguagem com o real. Tudo aqui é um relato visível, mas não público.

Em termos de estrutura, Amarelo desordem nos conduz por dois caminhos. De começo, “Pós-pornô” nos convoca a habitar o pacto da transparência e da espectatorialidade, a fim de dar a ver “uma chuva que nos/separa”, mesmo que ainda não esteja a chover. Há aqui também as inegáveis marcas de um desejo, da presença de Gabriel, de uma tentativa de dissolução de si no outro. No entanto, o “fora da linguagem” de Katsuo nos coloca um desafio: precisamos confiar no oculto, no que não se diz nesses poemas, mas ainda se faz presente. Afinal, há tantas formas de dizer que “todo filme é constituído de/ausências”.

Amarelo desordem “desafia a semelhança”, “recusa a transparência”… tudo aqui é um grito. E com esse grito começa o (nosso) cinema. Não em uma sala, mas no movimento de imagens que recusam a aparição para que não caiam em armadilhas, como aquelas armadas pelo(s) Gabriel(éis) de Katsuo. Tudo aqui é uma previsão do futuro: “amanhã sonhei contigo/e te encontrava inteiro”. Em Cinema 2, Gilles Deleuze afirma que o poder do cinema moderno é restaurar nossa fé no mundo. Restaurar a fé é restaurar o sentido, a relação, ativar o processo. É se permitir habitar o espaço do futuro fugidio, porém anterior, de Amarelo desordem.

Viníciux da Silva

_outras informações

isbn: 978-65-5900-428-7
idioma: português
encadernação: brochura
formato: 14x19,5cm
páginas: 52 páginas
papel polén 90g
ano de edição: 2023
edição: 1ª

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