Onde houver fogo seremos gasolina,
E a ausência de voz em todo grito.
Seremos a verdade por trás de todo mito,
E a distância do vale à colina.
Seremos a paz de quem lucra com a guerra,
O preço da bala e o custo da vida,
O acerto daquele que sempre erra,
A crença daquilo que se duvida,
E do caminho o passo primeiro.
Mas seremos apenas desperdício e impaciência,
A parte mais humana de toda a violência,
E o resto de tudo aquilo que não se faz inteiro.
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_sobre este livro
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Estar em um labirinto em carne viva, um labirinto que é a cidade cinza, enfumaçada, no meio do barulho e do trânsito. Estar em carne viva em um país que é um labirinto de desigualdade social e entrar em rota de colisão, pois o modo de vida não fornece pistas às questões que mais importam como: “por que você foi embora”?
O poeta é esse ser que caminha inadequado e que enxerga aquilo que não é para ser visto – nem falado. Se só é possível estar perdido, inclusive no corpo do outro e no seu afeto, o poeta é aquele que o confessa, a despeito da propaganda e da publicidade. O mundo dita que é para você estar feliz, mas lhe tira todos os meios.
Os versos de Vermelho como o céu depois se confessam “desalento desenfreado”, e o seu desejo de unir já pressupõe a separação. Construir pontes parece uma guerra perdida, mas nem por isso se entrega a batalha: a poesia é seu fio de Ariadne.
Daniel Laks registra o que talvez seja uma das funções dos poetas: “Onde houver fogo seremos gasolina”.
Adriane Garcia
_outras informações
isbn: 978-65-87076-07-2
idioma: português
encadernação: brochura
formato: 14 x 19,5
páginas: 52 páginas
papel: pólen 90 gramas
ano de edição: 2020
edição: 1ª