Todos os caminhos levam adeus

Disponibilidade: Brasil

A humanidade é um Deus estilhaçado.
É um Deus que tropeçou no mundo
e que se repartiu em homens
atordoados
e em mulheres que sangram,
é um Deus ácido que se derramou
em longos viadutos
e criou crostas e crostas de cicatrizes
de asfalto sobre a terra,
que escorreu como metal derretido
que vaza incandescente pelas estradas,
em carros com adesivos
“Foi Deus que me deu”,
que se estendeu sobre a superfície fina
de um planeta
com anemia.

 

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_sobre este livro

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A humanidade é um Deus estilhaçado.
É um Deus que tropeçou no mundo
e que se repartiu em homens
atordoados
e em mulheres que sangram,
é um Deus ácido que se derramou
em longos viadutos
e criou crostas e crostas de cicatrizes
de asfalto sobre a terra,
que escorreu como metal derretido
que vaza incandescente pelas estradas,
em carros com adesivos
“Foi Deus que me deu”,
que se estendeu sobre a superfície fina
de um planeta
com anemia.

A humanidade é um Deus que se
descama a todo momento
e mesmo que a vida siga vencendo,
os mortos estão em maioria.
Como me entristece e constrange
esse interminável
e vergonhoso momento
em que este garçom enche meu copo,
esse silêncio infinito.
Esse copo nunca cheio.

Esse “obrigado” tímido e pouco sincero.
A forma pouco natural
que as pessoas disfarçam quando
alguém
coloca a senha do cartão.
“Débito ou credito”?
“Nota fiscal Paulista?”
Que sentido terá
o dinheiro quando César
estiver com todas as moedas?
Quantos anos ainda
vão durar o monopólio
das cores dos Bancos
e dos Postos de Gasolina
nessa cidade cinza?

Da Gênese ao Genocídio, p. 36.

 

_outras informações

isbn: 978-85-69433-77-4
idioma: português
encadernação: brochura
formato: 14 x 19,5 cm
páginas: 52
papel: pólen 90 gramas
ano de edição: 2018
ano copyright: 2018
edição: 1

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