No princípio era o verbo: as desventuras de Teotônio, o filho do homem

Disponibilidade: Brasil

Nada pode pôr mais temor em um ser humano sensível que a hora fatídica, quando ratos, crendo ser fortes por serem numerosos, saem dos esgotos e bueiros tomando as ruas. Nesses tristes momentos, é preciso encontrar a flauta de Hamelin para dar fim a essas pragas que acreditam poder exibir suas sujeiras sem qualquer decoro. É preciso afogá-los no Tietê pois que o rio Weser é muito longe de São Paulo. Por aqueles dias, um fenômeno estranho se deu, nas ruas de São Paulo pululavam ratos de várias espécies, eram milhares que possuíam uma característica comum, no geral, eram velhos e babões. Exibiam uma espuma branca e medonha na boca e quando grunhiam, a expressão assassina dos seus olhos ao invés de medo causava nojo, uma repulsa que ataca até o estômago acostumado a pimenta. Esses fenômenos não são raros em São Paulo, ouviu-se dizer que no início do século XX galinhas de cor verde tentaram tomar a cidade também – bem ali onde esta história começou – mas foram logo dispersadas à bala. Douglas Rodrigues Barros  

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_sobre este livro

A situação sem saída do indivíduo limitado a esfera do metabolismo mercadológico é estendida à situação humana, a todo indivíduo. A longo prazo, todavia, é em vão: Teotônio, com sua forte e brava amiga Alexandra, evidencia a esvaziada forma do indivíduo em época de degradação neoliberal. Não faz isso com qualquer proselitismo, somente demonstra a forma sem sustentação como a existência sem sentido, sem sujeito, tornou-se reduzida. A falta de subjetivação, reflexão, é, ela mesma, tanto por seu conteúdo quanto em termos temporais, a mais intolerável, o absolutamente insuportável da vida no século XXI. É por isto que a loucura das personagens, tem de trabalhar com uma reflexão fora do esquadro normativo para demonstrar o quão imbecil é esta normatividade. O dia que começa com Teotônio, mesmo na protelação que lhe inflige a noite da suposta loucura que se prolonga por todos os capítulos, dá ouvidos a outras coisas além do repicar mediano e medíocre, putrefato e vazio, da vida voltada para a mercadoria. O verbo se inicia como aquilo que pode implodir as limitações dessa vida degradada através da ação tresloucada desse grande personagem que encontramos não apenas na praça da Sé, mas em todas as praças do mundo. Verbalizar a loucura encontra seu pensar mais preciso nessa obra que denuncia nosso vazio cotidiano enquanto não nos voltamos contra essa carnificina chamada capital.

_outras informações

isbn:  978-85-7105-144-7
idioma: português
encadernação: brochura
formato: 14 x 19,5
páginas: 178
papel: pólen 90 gramas
ano de edição: 2019
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