As abelhas suicidas foram à praia e ainda não voltaram

Disponibilidade: Brasil

meu pai morreu. a casa de nina, onde havia passado tantas noites, ainda tinha o mesmo cheiro: o cheiro só dela, um cheiro que não se esquece, que não se encontra em qualquer lugar e nina serviu um chá e uma dose de vodca e me conta o que aconteceu, safira. câncer, a urna chegou hoje mais cedo, ele mandou um bilhete também, dizendo pra eu jogar as cinzas dele em qualquer lugar de brasília, ele só quer voltar pra casa e eu não sei o que fazer, quer dizer, eu sei, mas eu não sei se vou fazer e nina abraçou safira, que explodiu em lágrimas, agarrando-se à proteção que o abraço de nina trazia. eventualmente, mais noite, menos noite adentro, as mãos de safira desciam a calcinha de nina, que suspirava e raspava as costas no colchão descoberto, os corpos colados, pequenas pocinhas de suor na cama, cheiros, gostos, sensações, safira sentia como se nina fosse algoz e salvação, o próprio mar que bate contra o casco do navio e a luz do farol que chega em hora oportuna e gozou, gozou na boca da mulher que amava, amava? deveria amar, poderia amar, poderia se acostumar a amar, se acostumaria a amar…

Pré-venda do livro até 17/02/2025
Os exemplares serão encaminhados após essa data. 

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_sobre este livro

“Por que eu tenho a sensação de que é a primeira vez que você conta essas histórias inteiras?” é uma pergunta feita por Nina para Safira, e que ecoa nos ouvidos do leitor ao longo de todo o livro.

Há obras que contam uma história, enquanto as abelhas suicidas foram à praia e ainda não voltaram faz algo muito além. São histórias inteiras. São almas dilaceradas e transformadas em palavras no papel. Não há nada pela metade. Conhecemos os personagens de maneira tão profunda que é possível sentir as diferentes dores, angústias, prazeres, desejos, medos, aflições e arrependimentos na própria pele.

Do prazer da sexualidade a tragédias familiares (por vezes, os dois ao mesmo tempo), Liara Oliveira nos envolve em uma narrativa que é esteticamente surpreendente e literariamente intensa. As frases são curtas e marcantes, expondo muito bem a psicologia humana e tudo aquilo que é socialmente considerado como feio, proibido. E é justamente esse feio, esse proibido que é transformado em palavras muito bem encaixadas que nos fazem ansiar pela próxima página.

A maneira com que os capítulos são construídos, com até mesmo o espaço em branco sendo carregado de significados, encanta o leitor e expõe a genialidade artística e criatividade da autora (algo que, na verdade, pode ser notado já no título!). Nada aqui é clichê, ao mesmo tempo em que tudo é. São temas que impactam nossas vidas há muito, muito tempo, e não há como não se identificar em um aspecto ou outro. Cada linha acrescenta camadas e texturas para a composição do livro como um todo, ao mesmo tempo em que cada página poderia ser uma única obra de igual valor, tamanha é a profundidade das palavras contidas aqui.

Não há nada preto e branco, mas sim uma explosão de cores e sentimentos tão profundos e complexos quanto é naturalmente a existência humana. É fascinante acompanhar parágrafos que tiram o fôlego com personagens apresentados de maneira tão honesta e visceral.

Ariel F. Hitz

_outras informações

isbn: 978-65-5900-873-5
idioma: português
encadernação: brochura
formato: 13x19 cm
páginas: 64 páginas
papel polén 90g
ano de edição: 2024
edição: 1ª

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