meu pai morreu. a casa de nina, onde havia passado tantas noites, ainda tinha o mesmo cheiro: o cheiro só dela, um cheiro que não se esquece, que não se encontra em qualquer lugar e nina serviu um chá e uma dose de vodca e me conta o que aconteceu, safira. câncer, a urna chegou hoje mais cedo, ele mandou um bilhete também, dizendo pra eu jogar as cinzas dele em qualquer lugar de brasília, ele só quer voltar pra casa e eu não sei o que fazer, quer dizer, eu sei, mas eu não sei se vou fazer e nina abraçou safira, que explodiu em lágrimas, agarrando-se à proteção que o abraço de nina trazia. eventualmente, mais noite, menos noite adentro, as mãos de safira desciam a calcinha de nina, que suspirava e raspava as costas no colchão descoberto, os corpos colados, pequenas pocinhas de suor na cama, cheiros, gostos, sensações, safira sentia como se nina fosse algoz e salvação, o próprio mar que bate contra o casco do navio e a luz do farol que chega em hora oportuna e gozou, gozou na boca da mulher que amava, amava? deveria amar, poderia amar, poderia se acostumar a amar, se acostumaria a amar…
Pré-venda do livro até 17/02/2025
Os exemplares serão encaminhados após essa data.