Somoscromos

Disponibilidade: Brasil

Corpo
Estrutura física de um organismo
Que dança, chora, relaxa, contrai, arrepia
Corpo que se pergunta: eu tenho um corpo,
Ou sou um corpo?

R$45,00

_sobre este livro

“Quando for quebrada a infinita escravidão da mulher, quando ela viver para ela e por ela, o homem […] tendo-a alforriado, ela será poeta, ela também! A mulher encontrará o desconhecido!”. Neste trecho da “Carta do vidente”, Rimbaud vaticina o futuro da poesia, ou ainda, seu passo além, que se consolidaria pela libertação e imaginação da mulher. O poeta interroga-se ainda se seu “mundo de ideias se diferenciarão dos nossos”. Ao observarmos a pluralidade e a força da poesia contemporânea feita por mulheres, constatamos com tranquilidade que o vaticínio do poeta se tornou realidade.

Quem conhece Letícia Mendonça sabe bem de seu ímpeto libertário. Sua presença em saraus e leituras não passa despercebida, seja quando lê seus poemas – alguns deles já clássicos entre amigos –, seja quando solta o gogó para cantar desde Violeta Parra à Clara Nunes, passando por Calle 13.

SomosCromos, seu primeiro e bastante esperado livro, oferece ao leitor um universo sensorial pluricromático, cujo erotismo e liberdade pulsam e dão ritmo a cada verso. A maneira com a qual a poeta encara os assuntos que se propõe a tratar demonstra sua ousadia, coragem e humor para encarar o que quer que seja, ora debochando de tabus conservadores – em tom de marchinha – da família brasileira (“Canção da família ajustada”), ora cantando o amor entre mulheres (“SomosCromos” e “Lux”), como que homenageando a Safo e a Ilha de Lesbos.

Os variados tons que permeiam os poemas desse volume, verificados tanto nas vozes elencadas quanto nos diferentes registros que os animam, apresentam-nos uma poeta com humor desabusado e, como afirma um verso de Nina Simone na epígrafe do poema “No fear”, com uma liberdade cujo medo está longe de intimidar.

Letícia compõe poemas para serem ditos em voz alta enquanto amantes festejam, para serem declamados em botecos instalados em esquinas quase imaginárias, enquanto os copos de cerveja gelada que aquecem os corações estão erguidos em direção ao céu celebrando o corpo em festa.

Letícia Mendonça é o próprio corpo em festa, e quem negar isso não a conhece ou é um cretino. A estrela que brilha em seus olhos “é a fogueira de vida/que nenhum obscurantismo apaga”. Letícia põe em marcha suas palavras em liberdade com a intenção e intensidade de “Abrir o peito/como velas escancaradas ao vento”. Seus poemas são um convite à celebração, uma dança serpenteada a partir dos quadris.

Não se arrependerá quem topar fazer parte dessa festa – Que assim seja!

Diogo Cardoso

_outras informações

isbn: 978-65-87938-05-9
idioma: português
encadernação: brochura
formato: 14 x 19,5
páginas: 50 páginas
papel: pólen 90 gramas
ano de edição: 2021
edição: 1ª

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