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rua nove casa vinte e um

Disponibilidade: Brasil/Europa

nasceu água
e teve de caber num copo
quis ser chuva
mas teve de contentar-se
com o evaporar
de cada dia

 

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_sobre este livro

Lugares de partida, lugares almejados, lugares de pertença

Com rua nove casa vinte e um, Hellington Vieira retorna à vila operária onde viveu até os 10 anos.
Dividido em “Notas Introdutórias”, “Primeiro Turno”, “Intervalo”, “Segundo Turno” e “Hora Extra”, este é um livro atravessado pelo fardo do trabalho, pelas desigualdades sociais e por um quotidiano duro que, ao mesmo tempo que sufoca, alimenta sonhos e aspirações para tanta gente impossíveis de alcançar.
Numa voz melancólica, reflexiva e crítica, Vila Estrela é apresentada como um lugar de pertença, mas também de limitação. O próprio título, reforça a ideia de um quotidiano sistemático, no qual as ruas têm números como as casas e há fronteiras claras entre pobres e ricos.
Vila Estrela é o subúrbio de onde o poeta quer escapar para alcançar algo maior, mais alto e mais longe, mas também o reconhecimento de quão profundas são as raízes. As origens são um passado que carregamos para sempre às costas. O desejo de liberdade encontra na gravidade uma realidade implacável: “o chão não gosta de quem sabe voar”.
Mas se estes poemas denunciam expectativas sociais (como em “[não nasci para escrever]”), também celebram o empoderamento: “o resto da vida/era o que tinha/de maior valor”.
Hellington escreve em versos curtos com rimas insistentes. Os seus poemas são estruturais e secos como uma espinha limpa, mas só na aparência são simples, até porque “as coisas simples da vida/não existem”.
Com o avançar das páginas, na “Hora Extra”, a libertação territorial já não basta e mesmo ser poeta já não é desejo suficiente, é preciso ser poesia, ter uma existência que transcenda a produção, tornando-se algo maior e mais puro: a poesia como possibilidade de transcender.

André Tecedeiro

 

Este é um livro para ter nos bolsos, para fazer da casa cidade
e da cidade casa, para levantar voo com a terra nos dentes (…)

Sara Duarte Brandão

_outras informações

isbn: 978-65-5900-901-5
revisão: Marcella Sarubi
idioma: português
encadernação: brochura
formato: 13x16,5 cm
páginas: 166 páginas
papel polén 90g
ano de edição: 2025
edição: 1ª

Carrinho

Quem dera o sangue fosse só o da menstruação (vol. II)
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