Principalmente amaldiçoada, mu klôpô plixiza dizanda

Disponibilidade: Brasil

odor
axilas
escravas
superego

tudo o que deve
ser dito de outras maneiras

R$45,00

_sobre este livro

Abra este livro e se abra ao desejo, ao cotidiano que atravessa corpos, casa, urgência e pensamentos.

Mar-espelho, novelos de lã vermelha, calulu, mão e sombra, seio, cabelo-árvore. Medicina, quiromancia, amuleto, areia, estrela. Mergulhar nessas águas de palavras em que a especialmente-poeta submerge e guia. Nadar-tricotar. Se reconhecer inteira “aos olhos feridos/olhares sensíveis/que já nem sei/se são meus/os mesmos ou outros”.

Saber-se entre sóis e sais, manhãs e mar. Prova oral ou pular anúncio? A tecnologia da atualidade permeia sentimentos: “você não entende/de amar um notebook/sustentado por durex/ter carinho por ele”. A sabedoria feminina da família também: “ontem um anjo/passou pela sala de estar/a minha mãe viu/eu também senti/Iemanjá”.

Ferida e cura. Tristeza colonial. A insônia que só quer assistir.

erika gomes da fonseca em 22 anos de corpo prete sapatã não-binárie, fabula memórias nascidas em continente africano (São Tomé & Príncipe). A do meio de três irmãs, o poder circular mãe & filhas. Sua vida transita entre as artes, a poesia e o estudo da Psicologia na Universidade Federal do Paraná – dentre tanto mais. Se, por vezes sugere “rabiscar/na mente/um poema/não escrever para esquecer de propósito”, erika escreve um livro. Sabendo que “para escrever um poema/é preciso ter coragem e/tempo”.

O poema revela afetos e clama em ode: “benditas sejam/todas aquelas que se amam e se comem”. O corpo do poema é também o corpo físico, cólica e tesão, tensão e dor, “longas e brilhantes/línguas”, nudez até o mindinho do pé. E sente: “não sei ser amada/quando me olhas/arde bem aqui, ó:/na minha pele”. E mostra: “futuro localizado/na boca do estômago”, “com a língua dos anjos/chorando em todo seu rosto”.

As horas dos dias (e noites insones) se explicitam em número e utilidades essenciais do nosso tempo-agora: “uma manhã inteira para/chorar à vontade”. A natureza que por vezes esquecemos que somos: “você não entende/da pausa nas sombras/das árvores”. Poema detector de mentiras: “que tenebroso que/amargo é isso de/se reler/e ainda se encontrar”.

Playlist, sótão, tarô no youtube, eucalipto, hortelã, flash mob, fluxo, espiritualidade, sereia, insta. E “não sei como concordar/sem parecer finita”. O livro de estreia de erika é atual, é o antigo e também futuro.

Aline Miranda

_outras informações

isbn: 978-65-5900-085-2
idioma: português
encadernação: brochura
formato: 14x19,5cm
páginas: 124 páginas
papel: pólen 90 gramas
ano de edição: 2021
edição: 1ª

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