Paul, um professor universitário na casa dos sessenta anos, anda esboçando uma teoria segundo a qual cada relação pessoal seria como um componente de um conjunto de frequências, que formaria o som da sua vida afetiva. Nisso, nenhum afeto exclui outro. Ao contrário: soma, enriquece. E complica também. Com Carmen, mantém — na Paraíba, onde moram — uma história de amor e companheirismo que cultiva e acolhe outras relações.
O romance parte de uma situação de afastamento temporário: enquanto Paul viaja para Paris com uma jovem e ambiciosa modelo em início de carreira, Carmen atende ao chamado de um musicista catalão para viver um tempo com ele em Barcelona. Rapidamente aquelas duas pessoas revelam caracteres perversos que levam a empreitada ao fracasso, tanto de um lado como de outro. Isso terá incidência na forma de eles se relacionarem, uma vez de volta ao Brasil, tanto entre si como com as outras pessoas que aparecem na estrada sempre aberta de suas vidas afetivas.
Pela sua temática, o romance estimula questionamentos sobre a norma monogâmica numa sociedade assombrada por uma assustadora regressão no campo moral.