o livro fúcsia — da linguagem tripartida

Disponibilidade: Brasil

Branco. Ou branca? Que importa o gênero diante deste vazio. Em uma sala é onde estou e tudo o que vejo é branco. Isso é um fato. Tudo o que vejo é nada, isso é uma interpretação. Sim, vejo nada, e nada foi o que busquei, e é por isso estou aqui: porque escolhi. O nada, eu-nada, eu-esvaída-de-mim, eu-esquecida, agora cercada pelo vazio branco.

R$35,00

_sobre este livro

O livro fúcsia — da linguagem tripartida, segundo livro do escritor e tradutor gaúcho Diogo da Costa Rufatto, é um trabalho ímpar. Não, isso não é um clichê! Tampouco uma muleta para começar este texto. Isso é um fato. Porque a palavra ímpar, aqui, não quer dizer apenas uma singularidade específica — embora isso também exista no livro: singularidades —, mas sim uma forma de divisão que está nas coisas do mundo, na linguagem, na natureza, nos corpos, nos medos, nos livros que Diogo leu — fluxo e floema — do seu próprio texto, forma essa que não é apenas binária, mas um pouco mais múltipla.

Neste livro de três histórias autônomas, porém complementares, o autor nos apresenta uma espécie de santíssima trindade do eu: três personagens em busca de uma linguagem que lhes dê existência. Em “Eu. O vento. A coisa”, primeira história deste livro ímpar, acompanhamos a constituição de uma mulher, uma mulher velha, abandonada em uma casa de repouso, esquecida, enfrentando sozinha o processo de se (re)conhecer: “como se vive?”

A história que se segue, “Língua paterna”, nos conta sobre a vida de um homem “resiliente, sério e forte”, como costumam ser alguns homens. Um homem que não conhece a linguagem dos afetos até que…

A última história deste livro tripartido, “HLH”, nos apresenta um triângulo amoroso intertextual, que convida o leitor a entrar no campo da linguagem e — no gozo — perder a palavra, a linguagem, o limite, escapar…

Diogo da Costa Rufatto escreve com lascívia, sua escrita é sensual e substantiva, nomeia cada coisa até extrair dela sua medula óssea, seu cerne, sua infinita potência semântica. Tradicionalmente, essa artesania é mais comum na poesia do que na prosa e é nesse limite — entre a narrativa e o verso — que este livro impõe sua beleza. Eu não sei dizer se os livros precisam nos ensinar coisas sobre a vida — amar, resistir, libertar-se. Talvez. Os bons livros, como é o caso de O livro fúcsia – da linguagem tripartida, nos ensinam que a incerteza, a desobediência e a insensatez são também formas — encarnações — da lucidez.

Flávia Péret

_outras informações

isbn: 978-85-69433-58-3
idioma: português
encadernação: brochura
formato: 14 x 21 cm
páginas: 60
papel: pólen 90 gramas
ano de edição: 2017
ano copyright: 2017
edição: 1

Carrinho

Cart is empty

Subtotal
R$0.00
0