O sol em maio

Disponibilidade: Brasil/Europa

acendemos as luzes
regressam os corpos da cidade
estão cansados sem necessidade
espero cá fora
a porta esconde atrás um mundo
e só eu aqui desobediente
a querer casa no centro
salto pelo muro
é branco mas lembro-me dele amarelo
há uma escada em cima
obras no telhado
contradição de valores escondida do mau olhado
nunca vi um outono assim
enlouqueço.

R$50,00

_sobre este livro

Os poemas de Isabel Milhanas Machado falam dos corpos da cidade que querem escapar e se refugiam em perguntas, muitas delas sem resposta. Corpos que são obrigados a ser da interminável rotina, do eterno cansaço. As palavras da autora viajam rapidamente entre o barulhento trânsito citadino e a natureza alentejana, calma e silenciosa, procurando uma harmonia que parece ser coisa do passado. A memória recuperada é o que ainda nos faz viver por cá, na confusão. É uma escrita que não esquece o que lá vai, as mulheres que vieram antes, mas também antigas companhias, amores, amizades. São textos que conversam longamente com o passado, numa tentativa de com ele fazer contas, chegar a uma paz, originar um recomeço ou deixar-se afogar. Por vezes, uma curta linha é suficiente para descrever uma partida, uma saudade. É um longo luto que se faz em frases soltas e incompletas, habitando numa nuvem cinzenta de sentido para aquilo que fica. É a difícil luta de viver com a ausência e forçados a agir como se nada tivesse acontecido. São discursos que alguém lerá para não quebrar, para viver com o que sobra.

André Murraças
dramaturgo

_outras informações

isbn: 978-65-5900-700-4
idioma: português
encadernação: brochura
formato: 13x16,5 cm
páginas: 72 páginas
papel polén 90g
ano de edição: 2024
edição: 1ª

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