Fui o Diabo de alguém a troco de compulsivo
Amor nos braços de outrem. Queixava-se do tempo
que tinha o corpo trocado com o inferno
vestidos de Lolita, uma ninfeta sem amparo —
e um pacto quebrado que impede os sobrelimites
da escrita – e do andamento nefasto da morte:
do consumo exasperado de literatura a troco
de umas poucas moedas de vida. Banalidades
que desaprendo com a virtude de desconhecer
a mão perversa que guia todos os poemas:
Sou-o por mim e de mais ninguém, alegras-me,
solidão de memória, inventada para todas as ocasiões
tal qual o vestido negro que dispo perante
Anjos Caídos, figuras celestiais à coca
de paranoias inventadas – redenções e outros
desgostos vívidos da fantasia que teima a vigilância
do demónio Maior Amor, Corpo torpe que cai-cai
e brilha a música que preenche o vazio e é
orquestra de espirito sem maestro. Lígia Reyes