O corpo sublime

Disponibilidade: Brasil

uma moto passava
quando o político
no sítio de atibaia
armava um plano para
catar laranjas

R$45,00

_sobre este livro

As placas tectônicas da geopolítica mundial movimentam-se freneticamente. Os tempos estão mudando. Atravessamos a noite da noite escura – assistimos ao massacre causado pelos projetos de extermínio neoliberais/fascistas, enfrentamos a pandemia de covid-19, a devastação ecológica, o sucateamento completo das condições de vida no planeta, a fome, a violência, a morte. São tempos complexíssimos, brutais. É o tempo que nos coube viver. Como escreveu a extraordinária poeta polonesa Wisława Szymborska: “Somos filhos da época/ e a época é política”. É nosso dever olhar com atenção, refletir sobre e agir, atingindo em cheio o coração de nossa época. Todas las armas son buenas, não nos esqueçamos.

O Corpo sublime, quarto livro do jovem poeta e performer mineiro Hugo Lima, é um trabalho que tem consciência das tensões e contradições dessa nossa época convulsiva. O corpo-aríete abrindo caminhos para a passagem da existência plenamente conjugada: contramorte. O corpo, “(…) só mistério/ e minério”, está à escuta, abre pontes de diálogos (com a tradição, com o real abissal), e nos guia por entre os mapas de seu repertório: Drummond, Gonçalves Dias, Bob Dylan, Maria Lúcia Alvim, Angélica Freitas, dentre outras vozes que dão corpo ao corpo: corpoesia. Não à toa, o poeta escreve: “ser/ é/ conter/ em si/ pedaços/ do/ outro”. Alteridades. Substâncias.

Hugo escreve: “quando nasci/ a cor da minha pele/ determinou o meu destino:/ vai viver de cotas/ de maus tratos/ e da objetificação/ do corpo” num diálogo um tanto quanto tenso com seu (nosso) conterrâneo Drummond. Nada é simples e tendo consciência de que a margem é um exílio, o poeta constata, torcendo a tradição, pasmo, que por aqui “já não há sabiás/ nem palmeiras/ nem o canto de um/ povo de um lugar”.

“e se houver qualquer esperança/ um suspiro que seja/ vem a polícia, vem a milícia/ vem a política…/ pah! pah! pah!”. É certo que devemos trocar a passiva esperança pela pujança da luta. Não há outro caminho. Derrubar o sistema. Mesmo, à vera. Voltar a exigir o impossível. Reverter o tenebroso quadro de resignação geral. Todas las armas son buenas. Armas cortantes como, por exemplo, “Livre comércio” ou “Corpo-casa”, constantes deste livro. Um grito, mil gritos, mil vozes. Urgência de transformação. A poesia-vida contramorte.

Esta poesia é viva e inconformada. Sanguínea. Fiquem em sua companhia. Faz parte da grande, coletiva e árdua tarefa de escrever as ficções do futuro. E torná-las reais. Todas las armas son buenas. Saúde. Viva a poesia!

Fabiano Calixto

_outras informações

isbn: 978-65-5900-073-9
idioma: português
encadernação: brochura
formato: 14x19,5cm
páginas: 120 páginas
papel: pólen 90 gramas
ano de edição: 2021
edição: 1ª

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