Não há nada mais parecido a um fascista do que um burguês assustado

Disponibilidade: Brasil

presa
sempre presa
à contingência
à tangência
à trajetória
da linha de tiro

(José Antonio Cavalcanti)

R$40,00

_sobre este livro

Aqui, ei, você aí, chega aqui. Isso. Não, mano. Faz silêncio. Você não deixou ninguém te seguir, certo? Ok. Desliga o celular e a gente entra. Sim, eu sei que você curtiu a página “Otakus antifascistas” e isso já pode te denunciar e etc e tal. Mas é que aqui dentro você vai encontrar aquilo que o algoritmo não quer, entende? Outro tipo de material. Desligou? Ok. Entra aí então.

No princípio… tinha o verbo. O problema é que de língua para língua, ortografia para ortografia, ele acaba… mudando de tamanho. Mudam as letras todas. Talvez o sentido em si. Tem que traduzir, sabe, você só entende a palavra a partir de uma adaptação, ainda que o conceito em si seja o mesmo. Moer.

Fascismo. A definição geral está aqui: no começo do livro, no dicionário… lá fora. Mas como é que se moem pessoas em pt-br no Século XXI? Isso aqui não é um teatro de sombras europeu, não pode ser. Não é uma projeção direta dos anos 30. Tem algo de mais antigo. Tem algo de mais profundo. E tem de tudo para foder com a nossa vida.

“Eu posso morrer. É só descer a rua correndo.”, a tradução, como pensa Constança Guimarães, se vive no/pelo cotidiano dessa ex-ex-colônia. Exala dos bueiros do terceiro mundo. Você já conheceu outra realidade, apesar de sonhar? Não, não é tão simples quanto parece. Não se usam estampas de suástica e nem o “anauê” integralista é capaz de denunciá-los agora. Por isso também é um erro combatê-los a partir de outra experiência histórica, a partir de outro contexto. O nosso fascista não encontra um castelo para ruir — ele luta para impedir a sua fundação. Ele não quer acabar com nenhum estado de bem-estar social, não. Isso nunca nem passou pela cabeça do nosso capitalismo.

“já não somos a promessa/somos os escombros/de um novo mundo/que nunca aconteceu”, diagnostica Pilar Bu em “o terror”. É terrível porque parece que esse verbo não pode ser subvertido. Nem conectado a uma outra frase, destruído, apagado da mente e da folha, nem conjugado. Parece que não tem fim: só moe, moe, moe, e para nós, lá fora, só morre. “Cura é o caralho”, diz Nitiren Queiroz e tem um Edit: “Não é fake news”. Nós vamos ter que descobrir juntos o que fazer depois que o verbo se traduzir, pois, como lembra Armando Martinelli: “o cão de capacete está pronto”. Do que será que ele vai proteger a cabeça? O que mais pode acontecer?

A hecatombe já é antifascista. Isso aqui é só uma hipérbole. Não, espera, eu diria que é um pleonasmo. Dos bons. Fique agora com o que esses 39 autores têm para te dizer.

Joaquim Buhrer Campolim

_outras informações

isbn: 978-65-87938-02-8
idioma: português
encadernação: brochura
formato: 14 x 19,5
páginas:  84 páginas
papel: pólen 90 gramas
ano de edição: 2020
edição: 1ª

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