Moro em uma ilha e não sei nadar

Disponibilidade: Brasil

Foi em uma dessas manhãs de chuva
que ela me perguntou
enquanto assistíamos
a um casal de canários
brincar na poça d’água
se eu sabia
que algumas espécies de aves
têm apenas um par
durante a vida toda.

R$45,00

_sobre este livro

Miudezas se tornam oceânicas na compridez da sensibilidade de Carolina. Se um bicho-da-seda dançar sob uma fresta de luz que triangula por entre a janela, ali se fará poesia. Não que já não se faça, mas é que nem todos os olhos têm a umidade necessária pra refletir a profundidade da vida que existe em todas as coisas. Assim seria com a haste da chaleira que assusta a mão distraída num inverno qualquer, poesia, entremeando memórias dum corpo que assiste ao mundo ativamente, e reage, escrevendo. Carolina é como uma coletora de delicadezas invisíveis à pressa — o quente da chaleira conta do tenro da dança do bicho que conta da preguiça do sol acordando em dia frio. Do que atravessa corpos vivos, ela conta. Aquilo que as palavras rondam e rondam e rondam, ela, rindo, diz sem querer. E sem querer ela toma. E sem querer ela acessa. E sem querer ela pousa nosso peito na qualidade rara de estar atenta e ouvir o que dizem as ondas. Recôndita brecha de alargamento que destaca as luzes do mais comum — o que de mais precioso há senão qualidade de decifrar a complexidade manifesta do amor na forma como se balançam os pássaros? A leio como quem escuta o silêncio, os sons que profundamente nos tocam são aqueles que nos selam os lábios, ao arregalarem o brilho dos olhos que lembram. Ela conta que nada nessa vida é efêmero, justamente por ser.

Salinê Saunders

_outras informações

isbn: 978-65-5900-091-3
idioma: português
encadernação: brochura
formato: 14x19,5 cm
páginas: 52 páginas
papel: pólen 90 gramas
ano de edição: 2021
edição: 1ª

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