Meu pranto deságua nos cabelos de uma árvore velha

Disponibilidade: Brasil

nunca peguei uma folha no ar
nem salvei uma folha do chão

R$45,00

_sobre este livro

Algumas palavras sobre as palavras

Em Meu pranto deságua nos cabelos de uma árvore velha, Deborah Castro faz nascer uma primavera gótica atemporal, cortante em sua sinceridade sensorial e no seu olhar para os espaços triviais nos quais a vida toma seu curso. Um eu lírico imprevisivelmente ondulante entre orvalho e tempestade, entre flor e plástico, entre um raro sorriso e o choro, entre uma dor e outra.

Os poemas quase em prosa apresentam imagens das sensíveis nuances de palavras em constante evisceração, como os ciclos das árvores e da terra, da vida e da morte, com a combinação de uma rede lexical simples e quase despretensiosa, mas que desvela signos complexos e profundos da experiência cotidiana.

Na exploração sensorial dos espaços das memórias fundidas entre passados, presentes e futuros, a humanidade não é encontrada nos versos, mas nos resquícios, nas folhas que caem ou nas metonímias espalhadas pelos olhos, mãos, cílios, lábios, cabelos, pelos, dores, hematomas, lágrimas, dedos, tranças, decepções; nas mais elementares reações do corpo.

E, como toda primavera, estes escritos apresentam uma sucessão de quedas dos cabelos das árvores, das folhas se despedindo de suas próprias pequenas primaveras, deixando um rastro mórbido de uma beleza lúcida e pacífica que nos impele sempre ao próximo verso, ao próximo delírio, ao próximo enterro, à próxima dor e aos singelos desejos, lampejos de devires que transbordam a natureza primordial das coisas.

É como viver um rio, ou ser um rio, descer na corrente, com previsíveis imprevistos, em um caótico sistema em que tudo se encontra na calma dos poços e na falta de remorso ou dor pela folha que cai, ainda que tenha sentida a sua queda. E, como um rio que corre para a vida, Meu pranto deságua nos cabelos de uma árvore velha permite sonhar micromundos sensíveis, tangíveis e intangíveis, ao mesmo tempo em que permite enxergar o tempo e todo o universo, e se perceber parte inadvertida de um sopro cósmico.

E, como toda água que corre, a leitura da poesia das palavras, simplesmente pela imagem do que são, dos versos destas folhas impressas que se sucedem, é transformadora.

Paulo Henrique Caetano

_outras informações

isbn: 978-65-5900-385-3
idioma: português
encadernação: brochura
formato: 14x19,5cm
páginas: 64 páginas
papel polén 90g
ano de edição: 2022
edição: 1ª

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