Ilhada

Disponibilidade: Brasil

Contei errado
foram oito espaços e um núcleo central
mas do que valem
são as tintas do corpo que colorem o mundo
eu escrevo por isso
para vestir o mundo
para me vestir de sete ou mais cores
e sair por aí andando com um objeto cortante

R$48,00

_sobre este livro

Quando percebemos as ilhas em nós? Quantas de nós revestem a ilha? Este livro é um marco pessoal, Josiane propôs escrever poesias e, durante a escrita, o mundo foi assolado pelo coronavírus. Ilhada é um livro de poesias em liberdade-isolamento escrito no Norte do Brasil. Caminhamos sem fixidez pelas letras das poesias sobre a cidade, sobre olhares de si, sobre identidades, identificações e solitudes populadas. Com uma tarefa de reviver a casa e o mundo em isolamento, a autora descreve seu mundo ao redor com focos museológicos, pensa os objetos e o entorno com poesias moventes. As poesias escritas neste livro sugerem o que disse Manoel de Barros: a poesia como uma “voz de fazer nascimentos”.

A poesia como curva em meio ao caos, como aponta em Silhuetas: “era a curva da vida ingerindo formatos abertos”.

Essas poesias se inscrevem como um trânsito entre olhares públicos e olhares isolados, sobre identidades e modos de estar no mundo. Não somos fixos nem mesmo em isolamento, assomamos diante qualquer circunstância. Somos um palimpsesto, reinventamos em nós, logo, escrevemos. A pandemia trouxe consigo sentimentos devastadores, aterrando-nos, portanto, este livro é uma experiência de escrita para desafogar, para viver na beleza, no respirar das poesias resistentes, nas coisas pequenas, coisas simples. Neste livro temos vivências amazônidas que entrecruzam o local-global, escritos de um trânsito decolonial que desafia as tramas cartesianas da vida. É uma escrita das coisas reais-metafóricas, do realismo simbólico entre a vida antes e durante o isolamento social. A autora desafiava o inventivo às circunstâncias do contágio (covid-19) no Norte do Brasil, no deslocar, indo e vindo entre as Ilhas de Caratateua e Mosqueiro.

Devemos pensar que somos um palimpsesto diante das catástrofes, vivemos:

 

“na natureza do inventivo

apagar

borrar

rasgar

silenciar

sumir

reaparecer

translucidar

reinventar”

 

Josiane Martins

_outras informações

isbn: 978-65-5900-534-5
idioma: português
encadernação: brochura
formato: 14x19,5 cm
páginas: 68 páginas
papel polén 90g
ano de edição: 2023
edição: 1ª

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