Hoje estou um cacto! é uma obra de transmutação da alma, uma viagem intrapsíquica auxiliada pelo chá de Ayahuasca. Percorrendo territórios inconscientes e mágicos habitados por excêntricos personagens, com a preciosa ajuda do I-Ching, o autor nos convoca a um reencontro com o Eu, com o Atman, a unidade do ser. Uma viagem de aprofundamento de si, com intensas revelações repentinas do lado obscuro da alma humana e da natureza de todas as coisas. O livro em si é uma erupção vulcânica de conteúdos arquetípicos, capaz de transformar a realidade fria e racionalista numa experiência onírica da vida.
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_sobre este livro
Hoje estou um cacto! é mais que uma obra de ficção. É o registro estético de um experimento de si. Uma miração em forma de literatura. Seus antecessores não estão exatamente no realismo mágico latino-americano, nem no gênero de literatura fantástica. Podemos encontrá-los com mais precisão nas obras extáticas de William Blake, na pesquisa científica-espiritual de Carl Gustav Jung e Carlos Castañeda, ou nos versos visionários dos filósofos sufi e dos gnósticos hereges.
Uma autêntica “descida ao inferno”. Um sonho iniciático desvelando-se por si mesmo. E, como não poderia deixar de ser, não é apenas um inferno pessoal que nos é apresentado. Como pano de fundo da narrativa, há também o desenrolar de um destino coletivo: o inferno da modernidade.
Na confrontação com o inconsciente, a alteridade radical que este representa para o narrador configura-se nas personificações que desfilam diante de nós. O homem dourado da razão ocidental e o lobo sujo de sangue são os opostos radicais que a transmutação alquímica vai tentando reconciliar.
É da separação fundamental entre o que eu quero e o que acontece de fato que emerge o fenômeno da consciência e os seus opostos complementares. Nesse estado desperto de supraconsciência, a identidade do Eu se depara com a realidade de Deus (o do Spinoza). A experiência de Deus no livro é essa constatação da vida enquanto dualidade, o trauma narcísico de ter que admitir a realidade do erro e a alteridade do destino.
Amai a queda sobre todas as coisas, pois ela marca o limite dos poderes do ego. Ali onde está o erro é quando a vida foi maior que os nossos planos. A percepção de um além do Eu ganha aqui o estatuto de sagrado, na medida em que transcende a consciência pessoal e dá-lhe forma, impondo seus limites.
O cacto é o grande símbolo dessa angústia provocada pelo paradoxo da dualidade, a complementaridade dos opostos em que se baseia a experiência consciente. Um ser feito de água e que vive no meio do deserto é uma ironia da natureza semelhante ao milagre da consciência que desperta num corpo feito de carne e átomos, o perfume da flor de lótus que emana no meio do pântano. A sabedoria que nasce do erro é a vida que nasce da dor. A descoberta do outro aparece então como origem e meta da consciência.
Marcelo Bichara
_outras informações
isbn: 978-65-85660-02-0
idioma: português
encadernação: brochura
formato: 14x22 cm
páginas: 128 páginas
papel polén 90g
ano de edição: 2023
edição: 1ª