Gene

Disponibilidade: Brasil

“As palavras libertam ou aprisionam? Quando falamos tornamos algo verdade, mas se não falássemos seria mesmo como se nada tivesse existido? Não, falar é dar contorno, não falar não faz não existir. Eu nomeio Gene não para que ela exista, mas porque ela existe e precisa conversar. Não se pode conversar com quem não tem nome.”

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“É muito interessante enxergar a despersonalização por meio de Gene. Hannah traz uma proposta peculiar, algo que realmente apresenta novidade, que não vi antes.”

Jarid Arraes

R$49,90

_sobre este livro

No número XXV Hannah escreve: Acordei com um rumor hormonal misturado aos meus sonhos.

Sonhos como raios telepáticos, hormônios que carregam uma espécie de linguagem que se pode escutar, vísceras transmitindo um mapa de sentimentos em voz alta — toda essa mistura molhada faz a leitura de Gene uma experiência absolutamente palpável. Um livro cheio de textura, na voz de uma narradora que parece estar em um futuro constante.

Aqui há uma espécie de dissociação de um “eu” que aponta para um buraco negro dentro dos ossos, dentro da alma, um buraco sem fim que precisa ser endereçado, nomeado, às vezes gritado mesmo, porque dali salta uma espécie de segunda voz, um duplo, livre e totalmente assustador. Como nomear um encontro tão fundo com isso tudo que se tem dentro? E é evidente que toda tentativa de nomear produz angústia, e aqui milhões de paisagens tentam traduzir a experiência que é atravessar um dia depois do outro, uma noite depois da outra, um pé depois do outro, uma palavra depois da outra: isso que chamamos de viver. E no meio da torrente de imagens, um segredo silencioso, uma via-crúcis que indica que a dissociação também é sintoma da paixão. E a paixão não deixa de ser angústia.

Hannah não tenta amenizar a própria angústia na febre da sua escrita, muito pelo contrário, sua angústia é o que vai transformando a linguagem dentro do próprio livro, fazendo de Gene algo muito mais profundo do que um livro de autoficção ou uma espécie de diário confessional focado em uma única temática. Gene é anti-tema. Aqui a palavra não é refúgio. É aventura, excitação da novidade, é dar gosto à dor que se sente debaixo da pele, é a autópsia de um tipo de sentimento que não tem forma. O livro aparece como uma ruminação de todas as palavras que um corpo pode conter ao longo de um punhado de anos. Nem sempre é óbvio sentir que se tem um corpo. Existimos, e existem estrelas, existem placas de ferro, existem canaviais, livros de poesia, garrafas pet, entulho, tudo existindo ao mesmo tempo, participando da mesma espera, da mesma imensidão.

carolina bianchi

_outras informações

isbn: 978-65-5900-906-0
idioma: português
encadernação: brochura
formato: 13x19 cm
páginas: 76 páginas
papel polén 90g
ano de edição: 2025
edição: 1ª

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