Ela copiava tudo o que precisava copiar e por isso tinha as pontas do dedão e do indicador gastos de tanto virar páginas. Vez ou outra a cópia de uma imagem fracassava, num impulso rasgava ou fazia daquela imagem-fracasso uma bolinha de papel bem redonda. Olhar para a luz que percorria a máquina copiadora era inevitável.
Como alguém que se cansa fazer desaparecer imagens, utilizo neste livro cópias encontradas no lixo da exposição “Táticas para trocas e atravessamentos”, em 2014. Foram imagens encontradas que impuseram a mim uma narrativa que estava latente e se esbarrando no acaso.