Deseiério

Disponibilidade: Brasil

aqui
tudo brota
suor dos poros
água da nascente
a presença diante dos olhos

a Realizo
está aqui
e Teus pés
e a craca

Deus é uma palavra
a se repetir indefinidamente
um susto
uma aca
uco uco uco

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_sobre este livro

“De que se trata o livro?” é a pergunta que se faz ao se deparar com um. Uma pergunta que, neste caso, mais do que uma resposta, requer que se faça uma brincadeira de criança: o que é o que é?

Deseiério apresenta-se como um convite a mergulhar naquilo que pulsa a todo momento, na Voz que se encontra — e se esconde — dentro de cada ser. Como um leão faminto busca pela sua presa, o homem, desejante, busca. E o que é que busca esse bicho da linguagem? Qual a Voz que tanto o move quanto é movida por ele?

A Voz é a fonte da qual o autor bebe. Para ouvi-la, é preciso tapar os ouvidos. Manter o olhar atento. Tão atento quanto uma criança.

A cada página, a Voz vai se inscrevendo no texto, se fazendo e desfazendo, ela própria uma brincadeira de tapar seus buracos, mostrar outros. Uma semente com furos, palavras quebradas, cortes de faca, uma craca que arranha a língua. Neologismos, quebras e aglutinações são a maneira da Voz dizer a si mesma.

Imagens como a craca, os pés, e a faca se mostram eixos de leitura: obsessão paranoide – uma figura de linguagem necessária para compor Deseiério. A partir dela, esse universo esquisito e encantado ganha vida e ritmo, próprios das canções infantis: “este é Meu canto cranal/a crá cá cá cá/não lava o pé”.

Uma das obsessões centrais, a craca, parece esconder dentro de si o próprio mistério a se decifrar. É a esfinge do texto. E, justamente ao se aproximar demais e tentar tocá-la, ela se esconde. Foge como uma gata, no pulo do susto.

E “Eis o que há:/uma palá”, que se encontra escondida nas palavras, no impossível de se de se dizer e de tapar todos os buracos.

Deste destino, impossível escapar. Sempre haverá a Voz que alimenta a busca de cada um em direção àquilo que escapa à língua comum, em direção ao signo incognoscível. A Voz dá o ritmo do compasso; de cada palavra, de cada verso inscrito; e se finda com batidas onomatopeicas, entre sístole e diástole silábicas: um coração que faz o texto pulsar.

Isabela Reversi

_outras informações

isbn: 978-65-5900-916-9
idioma: português
encadernação: brochura
formato: 13x16,5 cm
páginas: 56 páginas
papel polén 90g
ano de edição: 2025
edição: 1ª

Carrinho

30 (poemas de amor) para (os) 30 (anos de alguém que nunca amei tanto assim)
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