Câmera fixa

Disponibilidade: Brasil

eu tenho raiva do tempo que come as coisas do mundo
eu tenho raiva do que ainda não sabe que vai morrer
eu tenho raiva do amor que sei que estou sempre perdendo
eu tenho raiva de quando amo
eu tenho raiva de saber que o amor que eu sinto, eu tenho raiva
de saber que o amor que eu sinto carrega a morte —
do amor, do seu nome, do tempo

R$45,00

_sobre este livro

Marcela chama o vento e seu acaso e, com ele, compõe seus poemas. Atravessa um método, apresenta outro para, no frame seguinte, nos conduzir à confusão dos sentidos, a outras perguntas. Ainda, versa sobre a arte de empunhar pipas – os giros, o fôlego das repetições, o redemoinho dos retornos. Neste livro, a poesia opera sua força de palavra e silêncio. O pulsar do que não se pode reter, o movimento das “cinco janelas” e, como deixa subentender a poeta em seus versos: o que escrevo agora já é outra coisa. Exceto a câmera e seus registros, as palavras, mesmo cunhadas, não são fixas: “as coisas movediças estão lá”, aqui, avisa Marcela. E o livro quebra a geografia de quem o lê e, enquanto duvida, é livre, vibra. O soltar da linha. “Não há insígnias/ou agulha/que crave o tecido interno”. Imagem-palavra-poema-pipa e seus movimentos ou apenas abrir-se ao morno do vento — os punhos de Marcela na exata tensão, “em outra estreiteza mínima/após longa abertura do obturador”. E depois do morno, rajadas, enquanto a “poeta dependura a frase/antes que ela caia”. Não se atravessa este livro sem se revolver e deixar-se ventar “em ponto de desamparo”. Soltar-se é outro modo de ir na poesia que pulsa, nesta viagem.

Inês Campos

_outras informações

isbn: 978-65-5900-081-4
idioma: português
encadernação: brochura
formato: 14x19,5cm
páginas: 120 páginas
papel: pólen 90 gramas
ano de edição: 2021
edição: 1ª

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