_sobre este livro
Política é amor (e vice-versa). Neste livro, Brena O’Dwyer leva a afirmativa às últimas consequências ao falar de sua cidade, o Rio de Janeiro, e suas angústias. O egocentrismo de uma geração aqui é exibida com orgulho e é esse sentimento que confere potência política a pequenos desafios diários.
Em versos como “Aprendi com o feminismo que o pessoal é político e um pedaço de mim queimou hoje, sem misericórdia, disseram no jornal que perdemos tudo, menos a faixada”, sobre o incêndio do Museu Nacional, O’Dwyer embaralha público e privado para construir uma poesia única, desinibida e verdadeira.
Ao ler os poemas de As ilhas é possível identificar uma geração que se divide entre as telas dos celulares e a vontade de mudar o mundo, mas também vê-se uma poeta forte encontrando sua voz.
Sem se valer de rimas, O’Dwyer constrói um ritmo próprio: a realidade às vezes é postergada, mas cobra, para isso, seu peso em dúvidas.
Luara França