Andar barato

Disponibilidade: Brasil

ficaria assim
desnuda refém recém nascida
uma baby sem malícia
impressionável
um revólver apontado
querendo mais

R$42,00

_sobre este livro

Andar barato é um livro da nossa aventura.

O percurso de um pensamento em três partes.

O seu percurso em muitas noites, nos dias ou em cada um dos versos que formam o poema inteiro.

E como é certo das aventuras, a cada vez se busca outra estrada, mas sempre a mesma aventura vertiginosa e insinuante, aprisionada no veio de uma língua, no campo estreito e, contraditoriamente, libertador que é o caminho com a palavra, sozinha em casa, andando na rua, ou se tem um namorado.

Então, com os leitores, mostrando, sai muitas vezes e volta pra casa, sai e volta pra mesma noite, a noite barata, não a noite mítica. Mas no seu modo especial de voltar a ver a rua ou no seu modo de olhar pro espelho do banheiro em casa, que é sempre um modo de ir à volta e de voltar, dar voltas, volta, volta e revoltar, outra vez.

É um livro que vai mandando ver sempre de novo nessas aventuras urbanas e domésticas de ir e voltar, de revolutear, de voejar. Quase um diário da noite no seu esvoaçar de passarinho, de pensamento preso na palavra, vai mandando ver que há um homem que quer ter um filho, um outro que tem acatisia,

aquele maluco te olha estranho uma, duas, três vezes

modernos os homens ainda brigam por uma mulher

agora sou cowboy vingo a morte do meu pai

um playboy anônimo

em três noites me conheceu

melhor que qualquer santo

ou poema

 

Também diria, todos se fodam. Mas isso, desse jeito, agora, digo eu, o que andar barato diz de outro modo:

é que

deixei meu amante

para viver com haldol

fenergan e gritos

 

Assim, nesse fundo onde passeamos com andar barato, nas questões onde se coloca, na sua superfície cheio de amor e ódio, no seu jeito de ver, na sua ironia, que é também um jeito de ver a si mesmo, desde a superfície ao fundo, damos juntos as suas voltas e também com ele voltamos onde não queremos voltar:

 

… e, nesse momento

então é preciso alguma coisa

que não seja voltar

aos filtros brancos

àquele bar, àquela noite

 

que agora se volta para

as conversas privadas

sobre escritos políticos

sobre militares enquanto

 

assistem a golpes na

televisão

Luís Capucho,
compositor, escritor, cantor e violonista

_outras informações

isbn: 978-65-5900-172-9
idioma: português
encadernação: brochura
formato: 14,5x19,5 cm
páginas: 52 páginas
papel: pólen bold 90g
ano de edição: 2021
edição: 1ª

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