Água mínima

Disponibilidade: Brasil

recomeço

Só hoje notei que as
cadeiras estão bambas
e que a lâmpada do quintal,
de súbito, em algum
momento morreu.
Percebi que a gaveta não
mais fecha sua boca e nem
esconde sua língua seca
sem salivar, e que
vilancetes e madrigais
(ou mesmo rondós e haicais)
por ora não fazem sentido.
Através do vidro canelado
vi que os carros, moto
contínuo, levam ainda
motoristas tristes e fumantes
mastigados pela presteza
dos rádio-jornais,
e que agora pela fresta
já não chega nenhuma luz.
Nesse final de exílio morto,
científico e filosófico o
próprio corpo, diz que se
faz necessário amanhã,
já de antemão,
erigir o céu.

R$45,00

_sobre este livro

Água mínima precisa ser lido com os ouvidos atentos. A melodia composta por Alexandre Ladeira — palavra a palavra e com ritmo e fluidez — conduz o leitor por três atos de inquietação, dúvidas e encantamento. Não necessariamente nessa ordem, mas quase sempre simultâneos.

Sem ignorar os cânones (mas a partir deles), o poeta experimenta e tensiona ao introduzir cada ato com uma citação que aponta para artistas sempre atuais. Alexandre deixa claro que tem os pés no presente e anuncia: os conflitos e prazeres dessa obra são inerentes às almas também contemporâneas.

O vocábulo “luz” surge diversas vezes ao longo do texto, um convite a enxergar as trevas que nos consomem e as possibilidades além delas. Da origem do mundo ao brilho de um vaga-lume, do valor da alma ao mistério da lâmpada. Não será surpresa se, depois da Água mínima, o leitor perceber que lá fora “é tudo pó de poesia”.

Aura Grube

_outras informações

isbn: 978-65-5900-354-9
idioma: português
encadernação: brochura
formato: 14x19,5 cm
páginas: 76 páginas
papel pólen gold 90g
ano de edição: 2022
edição: 1ª

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