A paródia vivente ou a pavorosa sciencia de vêr

Disponibilidade: Brasil

A grande coisa é a viagem. Mas a viagem da qual não se pretende voltar. Abandonar tudo e todos, ser como um morto entre gente que não te conhece e nem fala tua língua. Estar entregue a uma existência simples, solar, que alguns dirão maltrapilha. Sem saldos e despreocupado da vida que te cabe viver. Começar de novo, só que dessa vez pelo fim. Será que é possível estar no mundo somente de passagem, sentar num banco de pedra da praça e não fazer nada diferente de sentar num banco de pedra da praça?

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_sobre este livro

A partir de seu observatório pessoal, Andityas escreve com rigor investigativo e voz analítica cônscia, visitando os estágios pantanosos das condições sociais, humanas, políticas, culturais e literárias que nos atingem. A contingência de um acidente — a impor-lhe a camisa de força de uma bota ortopédica que o retém em casa em inércia física — aperta o gatilho, proustianamente, de seu inconsciente: deflagra-se um processo de incisivas indagações sobre a sua própria existência e a recente história do país. Nesse período de denso e intenso questionamento, vêm à tona seu entorno geográfico-doméstico, como também o intelectual, funcional e afetivo, extensões de uma escrevivência que mapeia e dimensiona perplexidades. Por via daquela interdição, quando a casa se converte num belvedere para o autor afastado do mundo real, em divórcio das atividades da vida prática e no vórtice de seu próprio isolamento, deambula em clave peripatética pelo mundo das ideias para tentar entender nosso conturbado tempo. E aqui podemos até reconhecer uma metáfora antecipatória dos tristes tempos que vivemos durante a quarentena pandêmica que teve início em 2020 e impôs a todos um penoso ano sabático de automergulho.

Durante sessenta e seis dias, entre um interregno e outro, a cronologia do protagonista flui torrencialmente como um autêntico romance-rio: nesse caudaloso fluxo de registros, consciência e memória, o autor dá voz às inquietações de um narrador profundamente insularizado neste mundo de pé quebrado, mas atolado nos seus dramas, dilemas, contradições e paradoxos.

Esta pequena grande obra condensa e ilumina toda a preocupação dialética e deontológica de Andityas não só com o destino do ser, mas com o lugar da arte, da filosofia, da democracia, da política e da esperança num tempo em que tudo é fetichizado pelo deus mercado, os afetos e encontros foram derrogados pela tirania virtual, as instituições são constante e avassaladoramente acanalhadas por espúrias composições e a vida e a morte são banalizadas sem qualquer oposição.

Do posfácio de Ronaldo Cagiano

_outras informações

isbn: 978-65-5900-068-5
idioma: português
encadernação: brochura
formato: 13x19cm
páginas: 112 páginas
papel: pólen 90 gramas
ano de edição: 2021
edição: 1ª

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