Auto retrato para 1ª posição de Gatas

Disponibilidade: Brasil/Europa

inventar tudo ou deixar como está
inventas para depois viveres
o que inventaste
não faças nada
fica quietinho se o que inventas
sabe a veneno espesso
pouco para muito nada para tudo

 

 

R$45,00

_sobre este livro

Rejo-me por este princípio, qual Mandamento-sem-tábua: Não te pronunciarás sobre poesia alheia. A presente excepção deve-se a como entra este livro por porta traseira, na última hora da noite, para acender as luzes da casa. Escrevo isto porque após a leitura me descalcei, enfiei os pés na areia e renomeei as coisas simples. O que aqui encontram é um corpo ágil, pronto para o jejum e o silêncio tanto quanto para a folia e a purga. Nestes poemas são enviados reptos à pineal e sobrevoados quotidianos com olhar de águia, de mãe, ou de águia-mãe. Este corpo pariu, estendeu lençóis de linho, acordou morno, fez a espargata, enfiou-se no fundo da terra para estremecer com as árvores e ao final do dia soube reformular-se numa constelação descomplicada: “tudo já deve estar escrito/menos eu”. Por exemplo. Onde se insinua o poema podia bem estar uma mapa (donde vem a escrita?),uma deixa coreográfica ou uma pista de dança (com ancas de bambu), uma cosmologia (“estrelas mortas outra vez seremos/e muito mais seremos”), uma receita para fermentados. Um recado de amor. A ideia para uma peça que não se chega a criar por ser já tão bom ter ideias. Poderia citar outros versos e desfiar um panegírico mas a verdade é que segui tudo isto de perto, meio enamorada e, como diz Catarina Ana: “só pus likes no teu cão”.

 

Joana Bértholo 

_outras informações

idioma: português
formato: 12x16,5 cm
páginas: 108 páginas
ano de edição: 2021
edição: 1

Carrinho

Cart is empty

Subtotal
R$0.00
0