cheio de graça e tortura
e o tempo soberano
bendita a voz que é fruto
entre todas a maior
e benditos os olhos que perscrutam
o ventre das nossas mãos
– os actos
e rogai ó poetas
na hora da nossa morte
pela nossa vida
(tu eu e o mundo, p.52)
R$45,00
_sobre este livro
_sobre este livro
Na contramão da poesia atual, Maria Andersen escreve versos e poemas longos. Sua poesia é marcada pelo surrealismo, porém com certo distanciamento. São versos que convidam o leitor a passear junto com ela num mundo de imagens delirantes. Seus textos estão mais para o cinema do que para a música.
São poemas de difícil entendimento, mas de muito fácil encantamento, parecem orações onde o que importa é a fé da poeta no que escreve, em comunhão com a fé de quem a lê, deixando-se ser levado para um mundo onírico, de mãos dadas com a autora ou pegando uma bela carona em suas asas.
O trato dos versos sem pontuação, seus traços marcantes, sua voz de mulher, sua origem portuguesa e o facto de ser artistas plástica, nos surpreende pela elasticidade estética e contundente pragmatismo pessoal.
Maria Andersen nos brinda e acrescenta muito à poesia contemporânea, fazendo-nos ler, olhar, ver de novo, refletir e se inquietar, ou no minimo, descobrir um grande livro de poesia.
Dimi Éter
_outras informações
idioma: português
encadernação: brochura
formato: 14 x 19,5
páginas: 82
papel: pólen 90 gramas
ano de edição: 2019
edição: 1ª