bailarinas com barbatanas
dançam no topo dos prédios
enxergam a cidade em movimento
fazem leques com as mãos
que as livram do calor
impuro das metrópoles
enquanto isso cachorros antenados
mandam sinais
para moças suicidas
R$35,00
_sobre este livro
_sobre este livro
Como um ser assim delicado encontra espaço para alargar suas raízes brancas, que foram bruscamente plantadas na terra dura? A planta precisa que as folhas morram, que sequem, para que as raízes cresçam. Morrer é o primeiro movimento de vida forte. Falar sobre a morte, olhá-la, beber a morte e deixar o corpo expelir o que já não serve, é se entregar sem medo à vida, que a todo tempo nos move a empurrões de mudança. Esôfago nos deixa olhar de perto a morte; a busca por terra boa, por espaço largo, onde o olhar possa repousar no mundo que é cheio de muros muito mais altos do que os nossos olhos. É generoso que a autora nos deixe participar desse momento tão íntimo e doloroso. Todos buscamos respiros, raízes fortes que nos sustentem e que nos permitam ser. Lana, ao nos mostrar seu caminho – que é seu próprio corpo aberto –, nos mostra também o caminho para o nosso próprio abismo, a nossa morte, e nos dá então a mão para fazermos a travessia, para darmos o nosso primeiro movimento de vida forte.
Natália Gregorini
_outras informações
isbn: 978-85-69433-80-4
idioma: português
encadernação: brochura
formato: 14 x 19,5 cm
páginas: 50
papel: pólen 90 gramas
ano de edição: 2018
ano copyright: 2018
edição: 1