Sozinho ruína a dois

Disponibilidade: Brasil

me odeio todo segundo
que não estou odiando
todo o resto do mundo

R$50,00

_sobre este livro

Livro que se desenha nesse arranjo tríptico: Sozinho. Ruína. A dois.

Quando um livro em minha mão me chega, observo esse primeiro desenho. Suas partes. Capítulos. Formato. Como se distribui o que ali se arranja. E aqui esse tríptico. Uma mesma moldura dando contorno para o que se divide em três desenhos. Há ruína sozinho, do mesmo modo como há sozinho a dois e, nessa triangulação, corpo que se escancara na vertigem do poema em primeira pessoa. Escrever em primeira pessoa como quem escreve sobre um mundo. É sobre um eu e também é sobre qualquer um.

Caminhar sem crivo moral pela densidade do afeto. Desde o início, talvez uma síntese do que se trata o livro “música triste quando estou triste/música triste quando feliz”. Afinei meu corpo nesse tom, e segui pelas páginas escritas de Fel. Rio de Janeiro. São Carlos. Uberlândia. Carro na estrada. Um mundo visto de um quarto que não se vê. É sobre o que se perde. Se despedaça. O exagero. Um corpo jogando numa roda viva de embriaguez. A constatação do limite. Constatar o limite: ruína. Ou será que a ruína é sobre nunca se constatar o limite? Ou talvez melhor perguntar, há mesmo isso que se chama de limite? De qualquer modo: ruína.

Drummond. Pessoa. Caetano. Buarque. “Meet me in the bathroom”. E o antigo se encontra com o novo pós-anos 2000 em um banheiro qualquer da vida de um junkie uberlandense. Strokes tocando ao fundo. Um montão de gente passando. Vozes vozes. Muitas vozes. Eu também estava lá. E vi tanta gente conhecida.

E por falar em vozes. Estar a dois é de fato polifonia de vozes. A dois sozinho. A dois ruína. “mergulha em mim/ficarei fundo pra te caber/e raso pra te dar pé”. O amor, essa membrana fina que confunde um eu no mergulho em outro. A dois e entregue. A dois e inseguro. A dois e tantos erros. A dois e a alegria plena tão forte tão frágil. Talvez sobre o amor, a pista lançada quando sozinho seja quase mantra:

“o que é real não é sintoma

embora seja

real o sintoma

já sei também

a essa hora

que não dou pra vida

o que ela toma

é dela de direito”

 

Diogo Rezende

 

_outras informações

isbn: 978-65-5900-773-8
idioma: português
encadernação: brochura
formato: 13x16,5cm
páginas: 120 páginas
papel polén 90g
ano de edição: 2024
edição: 1ª

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