Os condenados brilham nas ratoeiras;
surubas de desgraças edificam a igreja de queijo
no escuro impassível há ratos de alecrim,
herbáceos demônios com caudas de pus,
a deixar tatuagens de barcos vazios
para culpar o feitiço da condenação.
Quem dera ter sido, tu, Irina, a ratazana-fada
que ocultou o significado do destino
R$45,00
_sobre este livro
Sobre a escrita de Fernando Naporano
Um dos esoteristas do final do século 18, Louis-Claude de Saint-Martin, discípulo e continuador de Saint-Yves d’Alveydre, criador da ordem dos “eleitos Cohen” à qual Gérard de Nerval foi filiado, ganhou o apelido de “filósofo desconhecido”. Era secreto.
Sua obra circulava de modo subterrâneo, em opúsculos e edições fora do comércio. Mas todos sabiam quem era. Exerceu uma influência colossal. Românticos da primeira geração tiveram acesso à sua obra e o estudaram. Foi constitutivo da produção filosófica e poética do grupo de Jena: estudiosos sabem que Novalis o havia estudado antes mesmo de ler Jacob Böhme.
Espera-se, nesta analogia, que Fernando Naporano não se torne o grande “poeta desconhecido” de sua geração, deste período de final do século 20 e começo do 21, vingando assim o direito que a qualidade de sua poesia é digna. Crescendo à sombra, expandindo-se no subsolo ao modo dos rizomas, sua poesia vai formando leitores, contribuindo para moldar uma nova sensibilidade. Influência subterrânea, mas que, certamente, emergirá a seu tempo, de modo vigoroso.
Claudio Willer
_outras informações
isbn: 978-65-5900-273-3
idioma: português
encadernação: brochura
formato: 14x19,5 cm
páginas: 104 páginas
papel pólen gold 90g
ano de edição: 2022
edição: 1ª