Um tango de quatro mulheres

Disponibilidade: Brasil

Corre a notícia de um movimento inédito nos céus: a iminente aparição do planeta Nabura. Deslumbradas com a previsão, cerca de vinte pessoas decidem assistir ao grande evento no coração da floresta. Apesar dos imprevistos no itinerário, a expedição chega a um campo de bananeiras que parece exercer uma atração incomum sobre todos. A partir daí, o que se vê é um curioso efeito dominó que abre caminhos sinuosos e imprevisíveis para cada um dos personagens da trama.

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_sobre este livro

O mapa nos trouxe até aqui ou nós chegamos por acaso?

Este romance é uma selva inexplorada: entra-se por própria conta e risco, aos poucos, com atenção a cada passo. O caminho que se abre nos leva até uma clareira que ecoa a misteriosa história de Nabura, planeta que mudou a sorte dos personagens de Um tango de quatro mulheres.

“Permaneciam todos os habitantes do povoado em um perigoso estado de maravilhamento…”

A partir de um campo de bananeiras remoto, Flávia Farhat desenvolve esta obra repleta de ambiguidades e simbolismos que constroem os enigmas da trama — um relógio que anda para trás, um lago de gelo que muda de cor, um personagem descrito como “o último surrealista vivo” e outros tantos. Cada capítulo funciona ainda como um conto autônomo, reflexo do vigor criativo e sem amarras de Farhat. Por meio dos protagonistas, a autora percorre uma série de temas interessantes: senso de comunidade e de pertencimento; percepção de tempo e espaço; capacidade de adaptação; memória e esquecimento; isolamento e (re)abertura para a civilização.

“… e pouco a pouco perdiam a noção de como funcionava o mundo para além das folhas de bananeira.

A floresta é duplamente desafiadora para nós, humanos: por um lado, o silêncio da mata obriga os personagens a confrontar as suas questões mais íntimas — a nível individual, estar vulnerável na natureza pode ser assustador e/ou libertador. Por outro lado, é essencial fazer parte de um grupo para sobreviver aos perigos e à escassez de recursos, e no entanto as dinâmicas de um povoado não são nada simples: exigem concessões e sacrifícios; incluem rituais que estreitam laços, mediação de conflitos, disputas de poder e tantas outras dificuldades… Contudo, não há futuro possível na solidão. Por isso — e porque não têm alternativa — os personagens da trama seguem em frente juntos, ainda que seus problemas particulares se entrelacem uns nos outros. Individualidade e coletividade estão presentes em cada página do enredo.

O sentido da vida é o esquecimento.

Nabura é planeta, é promessa, é ponto de partida e de chegada. E é palco deste tango de quatro mulheres que, mesmo dançado bem diante dos olhos do leitor, não deixa entrever todos os seus segredos.

Júlia Roveri

_outras informações

isbn: 978-65-5900-501-7
idioma: português
encadernação: brochura
formato: 13x19 cm
páginas: 156 páginas
papel polén 90g
ano de edição: 2023
edição: 1ª

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