“Um livro aberto é também a noite”: o que passa pela imagem em Marguerite Duras

Disponibilidade: Brasil

“O ESCRITOR É AQUELE QUE PODE LER A NOITE.” – nos ensinam as palavras peremptórias de Marguerite Duras. Atenta a esse princípio, Marina Sereno empreende em seu livro uma viagem órfica, nos convidando para um mergulho na espessura da noite durrassiana, verdadeira mônada de seus livros e filmes, desdobrada aqui em letra, imagens e cenas. Somos levados, por um trabalho que une rigor e sensibilidade, a percorrer os nós entre a literatura e a psicanálise, para descobrirmos um outro modo de ler: aquele que não recusa os riscos do arrebatamento, pois, como ainda nos adverte Duras, “a leitura depende da escuridão, da noite. Mesmo se lemos em pleno dia, no exterior, a noite cai em torno do livro”.

Paulo Fonseca Andrade

R$52,00

_sobre este livro

A noite atravessa a obra de Marguerite Duras e, a cada vez que se apresenta, produz os efeitos mais radicais na construção da narrativa: os contornos da cena se dispersam, a cena se estilhaça e se abre em outras cenas, ou os tempos se atravessam, desmontando a cronologia. Por vezes, fragmentos da história se destacam, mutilados do texto, formando imagens que tocam o real e que interpelam alguns sentidos da imagem conforme pensada no campo psicanalítico. Percorreremos, neste livro, os tempos dessa noite, seus ruídos e silêncios, seus pontos de mistério, acompanhando a direção do projeto estético de Duras ao lado da leitura do sonho na psicanálise de Freud.

Trataremos especificamente dos contornos das noções de cena e de imagem nesses dois campos, em seus pontos de encontro e divergência, provocados por uma questão: se, por vezes, tendemos a localizar, com a psicanálise, a imagem no campo do sentido — como aquilo que sustentaria a unidade (do eu) e que fixaria em um sentido, planificando a forma — a literatura de Duras e a própria formação dos sonhos nos incitam a ler outra coisa. Coisa mais próxima da noção de letra que, em Lacan, permite um risco, um desenho de borda no furo do saber: uma forma para o impossível?

Nos lançaremos neste trabalho de bordejar a noite pelas aberturas oferecidas por alguns livros: a noite interminável em O arrebatamento de Lol V. Stein, a noite que chega em O amante e outras figurações da noite — em Barragem contra o PacíficoO amante da China do Norte e A doença da morte, além de textos que tratam da experiência durassiana da escrita, como Escrever e A vida material.

_outras informações

isbn: 978-65-87814-29-2
idioma: português
encadernação: brochura
formato: 15,5x21 cm
páginas: 156 páginas
papel polén 90g
ano de edição: 2024
edição: 1ª

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