Tríbades, Safistas, Sapatonas do mundo, uni-vos!

Disponibilidade: Brasil/Europa

Em Tríbades, Safistas, Sapatonas do mundo, uni-vos! a principal premissa é investigar filosófica, política, e poeticamente as questões levantadas pela arte e literatura ditas lésbicas. As obras de arte e as poesias que trazemos à luz aqui são o fio condutor da pesquisa, que aborda a teoria e a economia marxista-feminista, questões raciais, de “minorias” e queer, crítica social, história da arte e da literatura, idéias decoloniais e a tradição do pensamento lésbico, como Adrienne Rich, Monique Wittig e Gloria Anzaldúa. A chicana Laura Aguilar, e sul-africane Zanele Muholi, a norte-americana Catherine Opie, os coletivos brasileiros Bruxas de Blergh e o grupo GALF, são algumas das artistas sobre as quais trabalhamos aqui. A poesia vai de Maria Isabel Iorio, Tatiana Nascimento, Cecília Floresta, Taís Bravo, Helena Zelic, Tatiana Pequeno, eu mesma e outras escritoras brasileiras, às obras de Cherríe Moraga, Audre Lorde e Cheryl Clarke. Resumir é sempre restringir, este trabalho não é sobre isso. O objetivo é observar a constelação — plural, não normativa, às vezes conflitante — de sapatonas que ousaram viver e criar.

R$80,00

_sobre este livro

Esse livro chegou às minhas mãos como um golpe. Algo que ainda me surpreende: como podem algumas palavras produzirem efeitos tão profundos? Uma mulher parada lendo ou uma mulher parada escrevendo são imagens aparentemente estáticas, que escondem movimentos incontornáveis. Enquanto eu lia, era tomada por um desejo desconcertante. Essa é a palavra que define a trajetória de estudo e de escrita de Leíner Hoki. “Tríbades, safistas, sapatonas do mundo uni-vos: investigações sobre a poética das lesbianidades” é uma pesquisa movida pelo desejo. As imagens que esse arquivo de poéticas lésbicas guarda são imagens de mulheres desejantes, mulheres que ousam desejar outras mulheres, mais ainda, mulheres que desejam deixar rastros de seus desejos sáficos. Esse livro guarda esse triunfo do erotismo como um poder que se propaga. Uma vez que uma mulher rompe a fronteira da heteronormatividade e se autoriza a desejar outras mulheres, algum tipo de liberação de forças acontece. Uma vez que essa mesma mulher se autoriza a criar imagens sobre ou a partir desse desejo, esse poder erótico se espalha e se infiltra. O seu desejo de investigar poéticas lésbicas está presente em cada página de seu livro e esse desejo que se retroalimenta em um continuum erótico alcança suas leitoras. Assim, esse arquivo de lesbianidades torna-se um vetor que ativa e transmite outras formas possíveis de imaginar e de desejar. O corpo, ou melhor, os corpos não são apenas temas de seus objetos de análise, mas também participam de sua metodologia de trabalho. Como uma prática feminista, sua pesquisa é um pensamento situado que se faz com o corpo, “com carne, sexo, língua, desejo e história”. Essa forma de pensar promove fricções nos próprios conceitos de história, arte e arquivo. Ao tornar arquivável aquilo que foi e ainda é apagado, torna-se necessário encontrar ou inventar outras formas de arquivo. Leíner, então, assume essa tentativa de tecer genealogias que desviam da linearidade, da origem e da autoria como forças de autoridade, genealogias que se constituem pelos rastros e lacunas. Registrar as imagens que sobrevivem é também um modo de imaginar aquelas que foram rasuradas. Seu texto, como um exercício dessa prática de arquivo, costura uma ponte entre o que fomos e o que poderemos ser. É um trabalho de existência lésbica que continuamente precisa imaginar que um dia alguém do futuro lembrará de nós e do nosso desejo.

Taís Bravo

_outras informações

isbn: 978-65-87814-11-7
idioma: português
encadernação: brochura
formato: 15x21 cm
páginas: 396 páginas
papel: pólen bold 90g
ano de edição: 2021
edição: 1ª

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