Em Tríbades, Safistas, Sapatonas do mundo, uni-vos! a principal premissa é investigar filosófica, política, e poeticamente as questões levantadas pela arte e literatura ditas lésbicas. As obras de arte e as poesias que trazemos à luz aqui são o fio condutor da pesquisa, que aborda a teoria e a economia marxista-feminista, questões raciais, de “minorias” e queer, crítica social, história da arte e da literatura, idéias decoloniais e a tradição do pensamento lésbico, como Adrienne Rich, Monique Wittig e Gloria Anzaldúa. A chicana Laura Aguilar, e sul-africane Zanele Muholi, a norte-americana Catherine Opie, os coletivos brasileiros Bruxas de Blergh e o grupo GALF, são algumas das artistas sobre as quais trabalhamos aqui. A poesia vai de Maria Isabel Iorio, Tatiana Nascimento, Cecília Floresta, Taís Bravo, Helena Zelic, Tatiana Pequeno, eu mesma e outras escritoras brasileiras, às obras de Cherríe Moraga, Audre Lorde e Cheryl Clarke. Resumir é sempre restringir, este trabalho não é sobre isso. O objetivo é observar a constelação — plural, não normativa, às vezes conflitante — de sapatonas que ousaram viver e criar.