Torpedo

Disponibilidade: Brasil

a primeira palavra que sai da minha boca quando acordo


amor


)e toda vibração que nasce desse nascimento)

R$52,00

_sobre este livro

Torpedo, hoje, palavra quase em desuso, anuncia a provocação de Beatriz Veloso ao pôr em xeque a língua. Jogando com as formas, a poeta explora a metalinguagem, ao recorrer aos estrangeirismos de maneira operante, refletindo sobre pertencimento e deslocamento, sobretudo no poema “Útero”. Também brinca com os sons, dando à palavra outras possibilidades semânticas “yohan pediu o deskitty/a sua mais amada kitty kitty”, o que caracteriza uma alta e bem-humorada consciência de que, quando se trata de poesia, é sobre como dizer, daí o trânsito constante entre oralidade e escrita presente na obra.

Chama a atenção o uso da intertextualidade com personagens bíblicos, como Madalena e Onésimo, pois constrói uma crítica contundente à violência sexual e de gênero e à desigualdade social, afirmando a liberdade de ser quem se é. Além disso, a rasura, utilizada como procedimento estético, “oculta” o que está posto e testa os limites do poema “já gastei todos os meus emojis de corações/amarelos laranja vermelhos azuis roxos verdes com outros arrobas/não restou nenhum pra você”, deixando sempre a dúvida…  Os corações foram ou não gastos? E, mais do que isso, enquanto são emojis e arrobas, como é a relação entre esse “eu-você-eles”? “A presença precisa ser física?”

O livro responde a essas perguntas caminhando à concretude. As cores, figuradas no mar azul, no sol alaranjado, no vento lilás e em outras imagens, denotam a sua plasticidade. A poeta faz o convite para visitar um museu e ver Marina Abramović, ressignificar Paul Klee, reconhecer Bansky, materializar Foucault e tantas outras referências. Contudo, das atividades mais eruditas às mais corriqueiras, o leitor é encorajado a escrever cartas de amor, a cozinhar, a viajar, a resistir às durezas da vida e apreciar sua beleza. O tempo é visto sob o prisma do instante e da eternidade (“9x”, “Armazéns”, “Cotidiano &terno”) e são as mulheres as protagonistas dessa experiência.

Ler Torpedo é como compartilhar uma espécie de inventário afetivo do cotidiano. Neste livro, profundamente sinestésico, o leitor é estimulado a “sentir tudo de todas as maneiras”. Logo no verbete de abertura, há a orientação de que os poemas podem funcionar como um engenho explosivo ou como um bilhete público com intenções amorosas. Seja como for, “há de entorpecê-lo”.

Mariane Tavares

_outras informações

isbn: 978-65-5900-460-7
idioma: português
encadernação: brochura
formato: 14x19,5 cm
páginas: 80 páginas
papel polén 90g
ano de edição: 2023
edição: 1ª

Carrinho

Cart is empty

Subtotal
R$0.00
0