os quartos desarrumados
da lua minguante
ela me designou
sua mucama
agora passo as noites
dobrando seus alvos
lençóis de linho
R$45,00
_sobre este livro
Nestes Tantos Quartos Lunares, Daniela Pace Devisate dança entre devas, dafnes, tatuagens leves da luz & das sombras nas janelas. Lunações não falam somente da lua, falam das relações solilunares: conjunções, isjunções, sizígias; eclipses, às vezes. A lua é um paradoxo: inconstante, impermanente, mutável, apesar de mostrar-se em ciclos recorrentes. Por isso as primeiras deusas lunares apresentam caráter ambíguo. Estes poemas são lunares, & as formas/da lua/mudam de noite a noite. O ciclo lunar, e suas mudanças perpétuas, embora constantes, traz deusas virgens (adolescentes, silvestres, caçadoras, mestras das feras); deusas grávidas (leitosas, suculentas, matronas, parturientes); deusas negras (letais, feiticeiras, caninas, ctônicas). A lua é quaternária, sendo trívia. No tarô, o Arcano XVIII traz uma carga misteriosa cujo nome científico é CREPUSCULUM & cujo nome popular é LA LUNA; ela derrama sua luz matematicamente exata sobre um mundo de binários, de duplos, de formas vagas, onde entre duas torres se retorce a senda serpentina da existência, regada com areia para nela expor um visível vestígio de sangue. Escrever (literariamente) é estabelecer territórios de sonho, & não somos nós que sonhamos: somos sonhados pela linguagem. A poesia de Daniela nos traz a prata do sonho.
Rubens Zárate
_outras informações
isbn: 978-65-87076-83-6
idioma: português
encadernação: brochura
formato: 14 x 19,5
páginas: 68 páginas
papel: pólen 90 gramas
ano de edição: 2020
edição: 1ª