Sozinha cheia de poodles

Disponibilidade: Brasil

não entendo nada
mas conservo o grito

não uso relógio
me aperta o passo

não faço sala
não sou arquiteta

R$52,00

_sobre este livro

Daqui vejo um sofá no meio da rua na grande e movimentada Copacabana. Sentada no sofá, com muita tranquilidade, uma senhora trajando um longo vestido rosa choque, cercada de seus poodles. Ela se chama Caio Riscado e, às vezes, se sente sozinha. Não fossem os cães, latindo em coro com suas memórias, ela estaria tristíssima, sabemos, mas não está. A senhora está tranquila, belérrima e um pouco espantada, sente que precisa correr. Mas se lembra que está ali para contar suas histórias e se mantém com a coluna reta, confortavelmente sentada em seu sofá no meio da grande Copacabana, aguardando sua nova visita.
Quem resolve se sentar ao lado de Caio Riscado, no burburinho de um dos bairros mais agitados da cidade Rio de Janeiro, precisa estar despreparado para o susto que se arma com a vida mais corriqueira, como pequenos acontecimentos em uma calçada: um menino sozinho vai solicitar dois ingressos e acenar ao longe; um operário vai ensinar um passo de dança; duas pessoas vão se transformar em um bar; uma gema amarela vai estourar; alguém vai chamar um táxi e seguir a viagem a pé. É preciso estar atenta, mas também um pouco distraidinha no dance.
Ao longo das páginas de Sozinha cheia de poodles, ouvimos as histórias de Caio Riscado, que na verdade devemos chamar de poemas, porque é assim que ele prefere. Mas me atrevo a dizer, que depois de sentar-me ao seu lado e ouvir sua voz atravessada pelos latidos, eu também poderia chamar esses poemas de cochichos e mentirinhas, novelas das oito, relatos longuíssimos doloridos, pequenas ordens para pessoas confusas, declarações gritadas na pista de dança, jogos de trapaça e correios do amor.
Andando pelas calçadas destes poemas, observando a senhora sentada sozinha com seus poodles em um sofá no meio da rua na grande Copacabana, descobrimos que abalos às vezes são necessários para nos sentirmos vivas e que, são nestes abalos, que vemos as palavras perdendo sua ordem e se reorganizando como se ossem pequenas coisas espalhadas pela calçada, porque Caio Riscado avisa: “sempre quis ser coisa”. E agora penso, emocionadérrima, que este livro é um convite amoroso para uma conversinha a dois, a três, a mil, em um imenso sofá no meio da rua em Copacabana.

Estela Rosa

_outras informações

isbn: 978-65-5900-173-6
idioma: português
encadernação: brochura
formato: 14x19,5cm
páginas: 156 páginas
papel polén gold 90g
ano de edição: 2022
edição: 1ª

Carrinho

Cart is empty

Subtotal
R$0.00
0