Roubar os mortos lamber os vivos

Disponibilidade: Brasil

lembrar quando era criança fotos eram reveladas
economia de selfies
filme de 36 poses custava muito
uma vez voltei de viagem e fui revelar fotos
nenhuma foto
nem negativos
o filme não rodou dentro da máquina, disse a moça
parei de fotografar.

R$48,00

_sobre este livro

quem poderia imaginar que a Língua é uma coisa deste tamanho.

e vai levando nas curvas do seu bife — que língua

quando quer

é bife — tudo quanto é corpo desvairado, as lacunas

do grito, o esmalte

da louça, tudo quanto é coisa que calamos

feito bolinha

de tênis ou cão, você quer os verbos? pois tem beijar conversar soletrar

saltar comer duvidar — tudo músculo

pelo bife, quem diria! — roubar morrer rebaixar — que Língua com essa estreiteza

levaria do prato

um livro de poesia, uma msg

de zap, um problema de homem, ninguém diria, que a dúvida de Hamlet chegaria tão longe, que Júlia pediria relaxe, que ensaio do tema tem hora, que à noite no cu cabe vela, que você agora está morto, que deus agora é no Google, que você morreria mesmo assim continua

me dando vontade de

comer:

Não,

não saberíamos. de que escada poderíamos nos prever

tão capazes desse nu frontal?

e com que memória adivinharíamos

este nosso sucesso tão

fraco, esta mão que espera no dente

e que o suor

da tua axila

levantaria e levanta

o pau de qualquer poema? Não,

não saberíamos. Hibernávamos

na boca do urso

quando este Livro, enfim, nasceu.

Aline Bei

_outras informações

isbn: 978-65-5900-508-6
idioma: português
encadernação: brochura
formato: 13x16,5 cm
páginas: 60 páginas coloridas
papel polén 90g
ano de edição: 2023
edição: 1ª

Carrinho

No princípio era o verbo: as desventuras de Teotônio, o filho do homem
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