Punhal cravado no continente

Disponibilidade: Brasil

por uma mesma luz
vê! o sol está lá fora
na dança o som de deus se espalha

então, dança! nem que seja na hora da morte
dança!
dança!

R$40,00

_sobre este livro

Marilene levanta do mar uma “Fortaleza Azul” que em nós propala os absurdos do mundo. No entanto, por ser esta a força — habitante das multidões de vozes — da qual Marilene nos fala e encarna em seus poemas, sobreviveremos por insistência da poesia! Em um Punhal cravado no continente, as palavras são feitios de cinzel, largos talhos, fenda entre as pernas. Uma ferida aberta, sempre. Coisa de mulher: “a mulher de Lot de Anna Akhmátova/ a mulher dos mundos/ a mulher da Fortaleza Azul”. Aquela que transita e vê “moleiras de crianças ajoelhadas/ defumando o chão das passarelas da money city”. Que escreveu Cosmonópolis: O que sabemos nós das histórias dos outros?  E o que não sabemos? Outrar-nos? Se…? “uma porta se abre para o precipício/ e de todas as gargalhadas e apitos fervorosos do general Messias/ o manto de Cristo surge no crepúsculo/ e a glória!/ e se cambiará o demônio general/ e a prece deve ser acendida todos os dias no círculo do fogo”. Se acesas as preces, “o menino que olha a ilha é Martin Luther King da Fortaleza Azul/ o menino da Mangueira/ que olha a vida e sorri e vende balas de manhã cedinho no itinerário Tijuca — Morro do Alemão/ é Jesus Cristo da Fortaleza Azul”. Por esse menino-deus da mangueira e outros tantos, que nos fazem crer em deuses que são crianças e dançam, deuses que fazem pequenos milagres por dia para suas existências serem possíveis, dançar, pois “na dança o som de deus se espalha// então, dança! nem que seja na hora da morte/ dança!/ dança! […] eu te redijo em meu peito para sempre”. Dancemos as 37 baladas para o horizonte, que continuarão sendo dançadas! Aquelas palavras que foram talhadas pelo cotidiano dos tempos e que continuarão a ser ferimentos e cuidados: “na escuridão do mar gentil/ vejo canções querendo sair ao ar/ encerro meus dias em teus dias/ respeito tuas dores que não conheço/ procuro um chá, uma erva, um emplastro para teus ossos doloridos/ somos liberdades nas quimeras”. Aquelas palavras que escrevem sobre como o Punhal cravado no continente faz de nós uma travessia: “travessia da palavra/ monólogo do outro/ que atravessa o outro/ na travessia da palavra”. Um convite à alteridade, mas saiu impresso no jornal da esquina: “suicidou-se no início da manhã/ mas o comércio não pode parar”.  Nós paramos aqui! Uma boa leitura do livro e do mundo, sobretudo uma boa escrita de mundo a todes! Marilene Vieira

Cintia Luando

_outras informações

isbn: 978-65-5900-065-4
idioma: português
encadernação: brochura
formato: 14x19,5cm
páginas: 92 páginas
papel: pólen 90 gramas
ano de edição: 2021
edição: 1ª

Carrinho

Cart is empty

Subtotal
R$0.00
0