Psicanálise, fascismo e (de)colonialidade

Disponibilidade: Brasil

Como demonstrado por autores como Marx, Césaire, Fanon e Faustino, a expansão do capital é profundamente
tributária do genocídio colonial, sendo o racismo e a evolução dos modos de produção da sociedade capitalista dois fenômenos indissociáveis. As formas de exploração que caracterizaram a acumulação primitiva de capital não foram superadas pelo seu estágio tardio. Do mesmo modo, a violência colonial e a distinção ontológica, fun
dadas em uma humanidade racial, não foram superadas pelas democracias liberais-burguesas. A partir da preservação da estrutura colonial, as democracias contemporâneas fabricam a adesão social necessária ao discurso fascista, chegando-se até a mesma conclusão de Quijano: “a descolonização é o piso necessário de toda revolução social profunda”.

R$55,00

_sobre este livro

Tomando como referência a ideia de que o fascismo circula de maneira pacífica na governabilidade neoliberal, e que ações como o justiçamento de Mussolini e o declínio do Terceiro Reich foram insuficientes para eliminá-lo de maneira definitiva, este livro aborda as possibilidades de compreensão do fenômeno através de diferentes abordagens psicanalíticas. Inicialmente, empreende-se um debate que se estende desde a teoria política ocidental, em que o fascismo é pensado enquanto força sui generis — como inovação política do século xx — até a chegada nos pensadores da tradição decolonial, em que o fascismo, para além da implosão do pacto social europeu, representa um ricochete dos processos coloniais no seio da Europa. Na segunda interpretação, rompe-se a clivagem epistemológica inaugurada pela razão ocidental, demonstrando que modernidade e colonialidade não são processos distintos, mas sim interdependentes. Como estratégia para orquestrar a dinâmica metapsicológica do discurso fascista, abordada tanto como movimento orgânico de massas, quanto como condição latente e intrínseca às democracias liberais-burguesas, percorre-se um caminho que se inicia desde uma perspectiva naturalista da economia libidinal em Freud, especialmente em sua dimensão mito-política, até escolas de pensamento consideradas “pós-psicanalíticas” que abrem gradualmente para o diálogo com os determinantes sociais. A Escola de Frankfurt encabeçada por Adorno, as metapolíticas que flertam com o marxismo em Reich e Bataille, bem como a Filosofia da Diferença em Deleuze e Guattari, inauguram a possibilidade de compreender a adesão psicológica e inconsciente aos regimes fascistas para além de um determinismo viciado, mas como retrato fidedigno das forças sociais. Em outras palavras, trata-se do quanto os derivados coloniais, a discursividade fascista e as tendências patriarcais que constituem o aparato moderno se atravessam no desenvolvimento psicossexual, freando o potencial revolucionário de Eros e constituindo formas fascistas de existência.

 

_outras informações

isbn: 978-65-87814-35-3
idioma: português
encadernação: brochura
formato: 15,5x21 cm
páginas: 148 páginas
papel polén 90g
ano de edição: 2024
edição: 1ª

Carrinho

Cart is empty

Subtotal
R$0.00
0