Peito cheio

Disponibilidade: Brasil

ele me atravessa de uma forma
tão cortante
que por um
momento
não sei mais quem sou.

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_sobre este livro

Arrisco-me a dizer que o livro de mariana ozório está cheio de vida. Um peito cheio de vidas que pulsam e corações que batem acelerados. A obra revela a voz de uma escritora que não nega a beleza e nem o espanto da vida. Minicontos, poemas fragmentados, frases perdidas ao longo do percurso, versos repetidos, discursos de formatura criam uma espécie de canto no qual vozes orquestradas por ozório cantam e celebram a possibilidade de a vida ser reinventada, mesmo que no curto intervalo entre o “corpo na vertical e o corpo na horizontal”, como anuncia a puta que entra em cena.

Se “as coisas mais doloridas precisam ser ditas em outras línguas”, uma voz não hesita em balbuciar em um bom português “estou ocupada demais me despedindo da mãe que tive” ou “dói como o dia de uma viagem qualquer/em que vejo meu pai voltar/mas eu não o reconheço”. Mas este peito é grande e nele cabem também aquelas vozes que berram, quase como num manifesto, que “o sonho da vida perfeita é vocês todos irem pra puta que pariu”. Cabem também as que desejam “violenta-me com a mesma veemência/de um animal em um abatedouro”, “nunca mergulhar duas vezes no mesmo rio, nem na mesma buceta”.

A poética desta jovem escritora é puro movimento. Às vezes é como aquele “doispralá doispralá”, em outras “um samba carnavalesco” e ainda como aquele “menino-homem” que dança ao som de Britney Spears. Mas não se iludam, as vidas inventadas nestas paisagens sangram um “sangue vermelho-cinza-barro”, e em alguns instantes é como se elas tivessem o mesmo peso de um pente de recarga “e isso dói/dói como um dente inflamado engolido pela pele bucal/dói como um apêndice supurado/dói como o dia em que você foi embora/e nunca mais voltou”.

Como anuncia um outro alguém em dado momento, até podemos ter “o mesmo tamanho agora/mas uma vida inteira nos separa”.

Arrisco-me a dizer que em peito cheio os corações batem acelerados, e todos dançam numa combinação “perfeita de um carnaval comunista”.

Anderson Feliciano

_outras informações

isbn: 978-65-5900-398-3
idioma: português
encadernação: brochura
formato: 14x19,5 cm
páginas: 64 páginas
papel polén 90g
ano de edição: 2023
edição: 1ª

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