O socialismo e o intelectual em cuba: negociações e transgressões no jornalismo e na literatura de Leonardo Padura (1979-2018)

Disponibilidade: Brasil

Como a circulação, a recepção e a produção de literatura afetam ou são afetadas por questões políticas? Essa tensão ambivalente entre literatura e política permeia todo O socialismo e o intelectual em Cuba. Isso se dá a partir de duas frentes: da análise de sentidos advindos da circulação e recepção literárias de Leonardo Padura no Brasil a partir de 2013; e ainda da investigação sobre o local que ocupa esse escritor na intelectualidade cubana desde o final dos anos 1970 até os dias de hoje, ou seja, desde quando era um jornalista cultural oficial da Revolução até se tornar um premiado escritor internacional.

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_sobre este livro

Na década de 2010, o Brasil vive uma irrupção do posicionamento e do espaço político. É nesse contexto que o lançamento no país do romance histórico O homem que amava os cachorros coloca o autor cubano Leonardo Padura em evidência. Após intensa exploração de sua imagem midiática, ele se transforma em uma espécie de celebridade literária no país, onde circula sobretudo em ambientes políticos e intelectuais de esquerda. No entanto, toda essa celebração escamoteia o conteúdo crítico de seus romances, sendo altamente ancorada em uma ideia afetiva de Cuba, da Revolução Cubana e (ironicamente) de León Trotski.

A autora deste livro entende que tal descompasso entre a recepção de Leonardo Padura e a sua literatura é um sintoma político dos anos 2010 no Brasil. A partir disso, segue, à sua maneira, a proposição de Josefina Ludmer de que o crítico literário deve definir o presente para nele atuar como ativista cultural. Para isso, incursiona na história intelectual cubana do período revolucionário, a fim de compreender as formas assumidas pelas relações entre intelectuais e poder na ilha e, consequentemente, perceber qual é o local ocupado por Padura.

Com essa finalidade, realizou massiva pesquisa de arquivo a fim de analisar a atuação do escritor cubano no jornalismo oficial da ilha nos anos 1980, tanto na revista El caimán barbudo (1979-1988) quanto no diário Juventud Rebelde (1983-1988). Por fim, procura demonstrar como essa fase jornalística de transgressões e negociações com o governo socialista de Cuba forja um projeto estético-literário que atinge sua maturidade nos romances internacionalmente aclamados.

_outras informações

isbn: 978-65-87814-10-0
idioma: português
encadernação: brochura
formato: 15,5x21cm
páginas: 232 páginas
papel: pólen 90 gramas
ano de edição: 2021
edição: 1ª

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