O mundo gira até ficar Jiraya

Disponibilidade: Brasil

Como o dito se relaciona com o não dito
Como o bendito se relaciona com o maldito
Como o maldito se relaciona com o Dito Cujo
Bakhtin
Nem pense
Sai de mim
Sai desse corpo que ele não te pertence

R$45,00

_sobre este livro

O poema gira

Liguem o Atari, o Playmobil. Andem de skate, saiam em um rolê de pixo pelas quebradas, folheiem os mangás. Escrevam um poema para apresentar na escola. A mãe adormece assistindo à Hebe, e os guris fazem a festa; mas a mãe também é serial-killer (e o pai é drag-queen). Deixem escapar um pum poético, fumem um fininho enrolado em uma folha do Novo Testamento e girem girem girem até tudo ficar Jiraiya.

Assim é este livro de poemas do escritor Andri Carvão: torvelinho de ideias, de imagens, de palavras, “cacos do caos”, como um aprendiz de feiticeiro zapeando as TVs e as vidas. Imagens de Becket em um caixa eletrônico, de um poeta que pede esmola aos mendigos, de um paciente Hesse numa fila de mercado. Tudo ao mesmo tempo aqui e agora, “nebulosas & buracos negros”. As imagens e palavras se sucedem vertiginosamente como os duzentos cartuchos de jogos, como a Barbie de mil-e-uma fantasias (não poderia faltar nestes tempos esquisitos a Barbie fascistinha), como os revolucionários de breja nos botecos, como as goteiras ruidosas sobre os guarda-chuvas dos cidadãos de bem, como os personagens drummondianos poliamorosos, como os piercings em lugares inusitados, como os SOCK!, os POW!, os WHAP!, os BUM!!!

Os poemas leves e musicais grudam em minha cabeça como memes; sua simplicidade não é superficialidade e sim uma pureza infantil que leva a um universo zen, como o monge que medita toda uma vida contemplando uma pedra. “Quando eu crescer/eu quero ser uma nuvem de pedra”, escreve em seu dever de casa o alter-ego de Andri, Maicon, aluno da 5ª Série B. Em outros poemas já é a voz do adolescente, do blogueiro, é o garoto que anda de skate, que tem medo de cadeira de balanço. E que sabe na pele que nas periferias da vida “o céu desaba lá fora”.

“Minha sombra me arrasta”, escreve o skatista que virou poeta e quis construir uma ponte, pulou as preliminares, mas também não bate palma para loucos. “Rock pauleira, rock paulista, não dê bandeira, nunca desista”. Ler e viver os poemas de Andri é isto: resistência.

Jozias Benedicto

_outras informações

isbn: 978-65-5900-283-2
idioma: português
encadernação: brochura
formato: 14x19,5cm
páginas: 104 páginas
papel polén gold 90g
ano de edição: 2022
edição: 1ª

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