O físsil

Disponibilidade: Brasil

Quando de Iluminação
o sistema já não é preciso,
furta-se no Inferno o pão
de artifício ao Paraíso.

R$45,00

_sobre este livro

O físsil é o que se pode (e se deixa) fissurar (ficcionar?), abrir em fendas, passar pelo meio, atravessar ou cindir: a estrela, a célula, o núcleo. Através da fresta, sabemos por Ovídio que súbito uma língua se fende em duas: a fala d’O físsil está na ponta das línguas que infinitamente se fendem e transformam. Imagine-se abrindo um livro em uma língua que reage, um livro que nos abre. Por tais fissuras, entrevemos o sol que desponta como o rubedo, o último estado da Obra alquímica. Sombra? Feche os olhos.

Isis McElroy

Os poemas deste livro (miríades verbais ou caleidoscópios de algum mago bêbado) emergem como brinquedos de linguagem. Um halo lúdico os circunscreve ora na celulose. A cada rodada deste jogo de muitos jogos, livro-físsil, os objetos grafo-sonoros que Davi Araújo esculpe no vazio — na urgência de escovar das palavras suas camadas mais desgastadas —, exigem que brinquemos livres, ora numa face do prisma, ora noutra, surpreendendo, na leitura, olhos e ouvidos.

Alexandre Guarnieri

só Marlon Brando, aquele de Apocalipse Now, poderia emergir do pântano primordial e dizer com precisão o elaborado texto de Davi Araújo, O físsil. fiz duas leituras aparentemente díspares. a primeira voo sobre a superfície do texto, sentindo suas planícies de solidão e seus solavancos de palavras encrespadas nos vivaces da partitura dodecafônica. a segunda no corpo a corpo com as palavras buscando seu justo engaste, sua eficácia poética plena. arriscado o processo de lavrar este livro elaborado, pleno de conhecimentos cifrados, que leva o leitor através da senda magmática da poesia. arigatô, como diria Bashô.

Roberto Bicelli

O que pode a palavra? Nesta nova reunião de poemas de Davi Araújo há um tensionamento e uma problematização da palavra, como se ela fosse um arco esticado até quase se quebrar na direção de um alvo na névoa feita das representações do real, isto que um dia quis ver a si mesmo e criou não a linguagem, mas as imagens. Os poemas são também dobras, desvios da flecha que não busca um alvo definido, mas o atravessamento da névoa. Pode a palavra, tensionada para além de seu uso comum, opacificado, presentificar aquilo que está escondido na linguagem como um segredo? Possuem os poemas uma reserva secreta de não-linguagem capaz de iluminar a linguagem? Este livro não é uma resposta, mas algo bem mais intenso e vivo porque me levou às perguntas. Um livro assim, antes de ser tocado por nossos olhos, tocou o misterioso cerne da vida.

Marcelo Ariel

_outras informações

isbn: 978-65-5900-034-0
idioma: português
encadernação: brochura
formato: 14x19,5 cm
páginas: 114 páginas
papel: pólen 90 gramas
ano de edição: 2021
edição: 1ª

Carrinho

Cart is empty

Subtotal
R$0.00
0