Musa medusa

Disponibilidade: Brasil

e não é que antes de ir
se lembrou da sobrinha neta amada?
que coração gigante, tia!
quem não quer uma fatia?

R$45,00

_sobre este livro

Em Musa Medusa, mulheres reivindicam o poder de contar a sua própria história. “Destrinchadas por narrador? Ah, mas por favor!”. Alanna Ajzental devolve a voz de suas personagens, deixa que desenrolem o nó da garganta da trama que as envolve, sonoras e sem medo de serem taxadas de loucas, frescas, putas. Em Contato Imediato, a abdução sonâmbula desperta na narradora a retomada do poder de seu próprio corpo abusado pelo marido, censurado pela violência doméstica e médica. Há também a revolta da musa muda pornográfica, que mesmo com “palavras de sobra” é escalada “pro papel sem fala” onde “boca é buraco”. A mulher que conhece a ira do homem feio que se diz vítima das moças que quer destroçar. Em Dúvida de Eva, não há paraíso, apenas a procura de uma saída para um mundo que é corpo estranho dentro da boca. Em Musa Medusa, há o dilema do corpo estranho, algo que precisa ser resolvido, abandonado, posto pra fora. Uma bolinha de metal no braço, um bebê, um marido bolsomito, um “croc” entre os dentes, a laringe alcançada, a boca engasgada de silêncio e desumanização. As mulheres de Musa Medusa rompem o silêncio. Encaram com olhos de pedra a inevitável luta contra o homem territorialista, um tipo mais antigo do que os mitos que ouvimos falar sobre deuses que raptam as belas jovens com violência ou valem-se de artimanhas transformando-se em animais e chuvas de ouro para as possuírem. Quando não conseguem, as amaldiçoam ou fazem com que sejam amaldiçoadas. Medusa foi violada por Poseidon e punida por Atenas, que a culpou por ser violentada em seu altar e a amaldiçoou com a solidão. Resumiram a história de Medusa à sua aparência e ao ataque cometido por Perseu, que a decapitou com o auxílio de objetos oferecidos pelos deuses: um elmo de invisibilidade e um escudo espelhado. Porém, as Medusas de hoje não sucumbem diante do próprio reflexo. Elas se reencontram consigo mesmas e com seu poder. Falam por si e assim se libertam do silêncio e da solidão. Levam a cabeça de Perseu no banco de trás do conversível como a avó do poema XX: olhando o futuro, ouvindo um soul, derretendo o asfalto no sinal verde.

Natasha Tinet

_outras informações

isbn: 978-65-5900-079-1
idioma: português
encadernação: brochura
formato: 14x19,5cm
páginas: 74 páginas
papel: pólen 90 gramas
ano de edição: 2021
edição: 1ª

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