Metábole

Disponibilidade: Brasil

no meio da tarde úmida
escrever a palavra onde tudo cabe
a política dos segundos
a dança do mundo
a memória de enamorados
que antes
nem se sabiam

— salivar a folha, suas estrias.

R$45,00

_sobre este livro

Do outro lado da Ilha, orquestra e sonhos

Aviso aos leitores: não se iludam com a metáfora do título deste livro, por mais que metábole no dicionário seja o que consiste na repetição de palavras já ditas, mesmo que se altere a ordem, não acreditem no trocadilho. Adriana disse uma vez que a poesia é um sopro, e esse sopro é o que encontraremos aqui, uma poesia potente habitando página por página, porque, talvez, seja a poesia esse vento capaz de arejar tudo que parece uma incongruência sem limites, mesmo se dita de outras formas, ou, como diria Wislawa Szymborska, prefiramos o absurdo de escrever poemas ao absurdo de não escrever poemas.

Metábole parece ser o testemunho poético de uma mulher que chegou aos 40 anos com cicatrizes de guerra, carregando um filho e com uma profunda compreensão do estado de melancolia que encontramos quando estamos sozinhos. É o fragmento de uma travessia: há um mar, certamente. Um rio. Uma ponte. Um mangue. Apesar dos caminhos, um passeio fraturado. Um dia, Adriana avistou o outro lado da Ilha, lançou-se e disse adeus. Seguiu na direção de sonhos, de uma orquestra e suas melodias. Do lado de lá encontrou o paraíso, apesar dos terremotos, dos escombros, das despedidas, porque ainda há a memória em sua áurea de quietude. Ficamos sem saber com certeza se nos deparamos com um desejo, um pensamento ou uma descrição. Porque as perdas, o tempo, a saudade estão presentes, às vezes na água, no mineral, em bichos. É tudo muito orgânico. Sensorial. Como o cotidiano nosso de cada dia.

O tempo inteiro Adriana olha curiosa para muito longe e continua na sua travessia, porque nós simplesmente acreditamos e continuamos. Por varandas. Por casas. Por livros. Duetos. Acreditamos no equilíbrio e no caos. E com a poesia tudo caminha pelo diferente, nos mudamos de cidade com outros corpos e sons — ou a ausência deles —, seus próprios rios, suas próprias pontes — das quais podemos pular em águas turvas ou claras. Com a poesia podemos dizer por outros caminhos a solidão, a vida com suas mutilações, seus cortes bruscos, e Adriana nos coloca com seu Metábole diante da finitude, dos confrontos e das dificuldades de se viver aqui e agora.

Franck Santos, do lado de cá da Ilha

_outras informações

isbn: 978-65-5900-170-5
idioma: português
encadernação: brochura
formato: 14x19,5 cm
páginas: 56 páginas
papel: polén gold 90 g
ano de edição: 2021
edição: 1ª

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